Política

Marcelo Queiroga 'reza pela mesma cartilha', diz Pazuello

Ministro da Saúde e sucessor participam de solenidade na Fiocruz nesta quarta-feira (17). Serão entregues 500 mil doses da vacina contra Covid-19 produzidas pela fundação

Por G1 Rio 17/03/2021 11h11 - Atualizado em 17/03/2021 12h12
Marcelo Queiroga 'reza pela mesma cartilha', diz Pazuello
Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga em visita a Fiocruz nesta quarta-feira (17 - Foto: Reprodução/Fiocruz

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse nesta quarta-feira (17) que seu sucessor, Marcelo Queiroga, "reza pela mesma cartilha". A afirmação foi feita durante a entrega das primeiras 500 mil doses da vacina contra Covid-19 produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

"Posso afiançar aos senhores, estamos muito bem alinhados [com a Fiocruz]. Temos pela frente uma transição do cargo de ministro que é apenas uma continuidade do trabalho. O doutor Marcelo Queiroga reza na mesma cartilha. Só tem um detalhe: vou entregar a ele um ministério estruturado, organizado, funcionando e com tudo pronto. Ele, como médico-cardiologista e com todo seu conhecimento técnico, vai poder navegar por essa ferramenta em prol da Saúde do Brasil", disse Pazuello.

Na terça-feira (16), o próprio Queiroga já havia dito que foi convocado para dar continuidade ao trabalho de Pazuello, com os rumos da política de saúde sendo determinados pelo presidente Jair Bolsonaro.


Atraso de insumo fez Brasil 'sangrar', diz Pazuello

Em um balanço sobre a pandemia no país, Pazuello disse que o atraso na entrega do insumo para a vacina contra a Covid-19 fez o Brasil "sangrar", mas ainda assim vai conseguir controlar a pandemia no 2º semestre de 2021.

O atraso levou algumas cidades a interromper o calendário de vacinação.

"Esse cronograma de entregas atrasou 40 dias. Isso precisa ficar claro. Isso não foi por falta de trabalho da Fiocruz, nem por falta de trabalho da equipe do ministério. Nós tivemos um atraso na entrega do insumo farmacológico que vem da China. A previsão era para primeira quinzena de fevereiro, chegou no dia 27 de fevereiro. São 45 dias de atraso e isso nos fez sangrar. Nos fez sangrar. E o resultado dessa dificuldade como um todo é o que estamos vivendo hoje. Estamos ainda sendo questionados ainda pela nossa entrega de vacina. Senhores, hoje temos 562 milhões de doses adquiridas. E nós já fornecemos, só nessa semana, 4,5 milhões", disse Pazuello.


As vacinas são envasadas com o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) importado da China.

"Essa entrega é ainda uma entrega pequena para o tamanho da missão, para o tamanho do projeto que estamos fazendo há 7 meses com a Fiocruz, mas é simbólica. Muito simbólica, para marcar com esse simbolismo a mudança das entregas no Brasil. Nós estávamos apenas com uma produção nacional, que era do Butantan, muito boa já, estabilizada nesse momento", disse Pazuello.

"Nós vamos vacinar nosso país até julho, a metade da população brasileira vacinável em junho ou julho estará vacinada, metade do ano. E a outra metade até o final do ano. Nós vamos controlar essa pandemia ainda no segundo semestre, essa é a nossa missão", confirmou o ministro.

Pazuello disse ainda que conta com o fornecimento de vacinas de 7 laboratórios diferentes para que não haja risco de interrupção da campanha no país.

"Todos contratados. Não vai começar agora, vai concluir agora".


Queiroga fala em 'tropa de choque' para conter pandemia

Já o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que conta com uma "tropa de choque" para resolver a questão da pandemia no país.

"General Pazuello, nós temos 5574 secretários de Saúde. Nós temos os estados, o Distrito Federal, e esse é o nosso exército, a nossa tropa de choque que está muito unida para, através do diálogo e da ciência, encontrar as soluções que o Brasil precisa".

O futuro ministro falou afirmou que dará início nesta quarta ao "maior programa de imunização contra Covid-19".

"A partir de hoje vamos dar inicio ao maior programa de imunização contra Covid-19 desse país. Na segunda-feira, como os senhores sabem, recebi o honroso convite do senhor excelentíssimo presidente da República para assumir a condução do Ministério da Saúde. É uma missão de grande relevância que eu, sozinho, não tenho como construir todas as soluções. Somente com a união de todos os brasileiros, nós, gestores do sistema público de Saúde, teremos condições de dar as respostas que a sociedade brasileira quer ouvir", afirmou.

Entrega de doses

Nesta quarta, a Fiocruz vai entregar 500 mil doses produzidas na própria fundação. Outras 580 mil serão entregues até sexta-feira (19), totalizando 1 milhão e 80 mil imunizantes.

A entrega será feita ao Plano Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, que fará a distribuição aos estados.

As vacinas são envasadas com o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) importado da China.


Aumento da produção

Ainda de acordo com a Fiocruz, 3,8 milhões de vacinas serão entregues até março. A partir de abril, são previstas 30 milhões de doses, mantendo o patamar no mês seguinte.

O salto na quantidade tem outras razões além da matéria-prima. Nesta sexta (12), a fábrica de Bio-Manguinhos inaugurou a segunda linha de produção, que vai dobrar a capacidade de encher os frasquinhos.

A partir de abril, as máquinas vão ter capacidade de produzir um milhão de doses por dia.

“Essa vacina, sem dúvida, é o grande meio que nos permitirá superar essa crise. Portanto, é importantíssimo esse registro hoje e a aceleração, da oferta de vacinas pelo Programa Nacional de Imunizações no Brasil”, comentou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.