Brasil ultrapassa trágica marca de 300 mil mortos pela covid-19
Marca é atingida um dia após o país ter recorde diário
O número de mortos no Brasil pela covid-19 passou de 300 mil hoje, de acordo com levantamento do consórcio de mídia do qual o UOL faz parte. A marca chega no pior momento da pandemia no país, com mais medidas restritivas em diversos estados e com o governo federal enfrentando duras críticas pela má gestão da crise de saúde.
Atualmente com 300.015 mortos pela covid-19, o Brasil é hoje o segundo país do mundo com mais mortes pela doença e mais casos, atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com o levantamento da universidade Johns Hopkins. Hoje, um ano após o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou a criação de um comitê anticovid.
Ontem, o país superou pela primeira vez a marca de 3.000 mortos em 24 horas em decorrência da doença provocada pelo novo coronavírus: foram 3.158 óbitos. A média móvel ficou em 2.349 mortes, sendo o 25º dia consecutivo de recorde.
Ainda nesta terça-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um pronunciamento na televisão para falar das ações de seu governo no combate à pandemia, mas mentiu ao exaltar tudo o que fez na tentativa de garantir a compra das vacinas.
No discurso, Bolsonaro defendeu a imunização e afirmou que "2021 será o ano da vacinação dos brasileiros", um tom bem diferente do adotado em outros pronunciamentos, onde comparou o vírus a uma "gripezinha".
No ranking atualizado de ontem do Our World In Data, o Brasil era apenas o 58º país no mundo que mais aplicou doses da vacina contra covid-19 para cada 100 habitantes, com 6,7 doses. Na nossa frente estão países vizinhos como Uruguai (10 doses) e Argentina (7,1). Na América do Sul, o Chile figura entre os dez países que mais vacinaram, com 47 doses para cada 100 habitantes.
Desde o início da imunização, em 18 de janeiro, 6% da população brasileira já foi vacinada. A porcentagem de imunizados com duas doses, porém, é bem menor, de 2,05%.