Moda entre jovens de Arapiraca, cigarros eletrônicos não são inofensivos como parecem
Uso do equipamento pode estar associado a doenças pulmonares graves
O tabaco esteve, durante muitos anos, relacionado a status social, apesar de ser um dos maiores vilões da saúde. Em 2021, um substituto ainda pouco conhecido parece estar criando a mesma relação. São os conhecidos cigarros eletrônicos.
Febre entre os mais jovens, os vapes, como também são conhecidos, tem causados controvérsias entre usuários e a comunidade médica. Os aparelhos, apesar de serem facilmente encontrados em Arapiraca, não podem ser comercializados desde 2019, após uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por não possuírem segurança comprovada e trazerem riscos à saúde.
O equipamento eletrônico funciona como um vaporizador, que em vez de utilizar combustão, possui um cartucho onde o usuário coloca um líquido com nicotina diluída em água, aromatizantes e várias outras substâncias químicas, a exemplo da glicerina e do propilenoglicol.
O vape foi escolhido pelo estudante de Direito arapiraquense Júlio Pereira como alternativa para substituir o cigarro tradicional.
"Há três anos comecei a fumar esporadicamente, mas o cheiro do tabaco começou a incomodar amigos e familiares. Escolhi o vape como alternativa e por entender como menos prejudicial já que não se trata de fumaça, mas sim de vapor, e pelo fato de não ter um cheiro tão desagradável quanto o cigarro comum", explicou o estudante.

Apesar da substituição parecer inocente, médicos pneumologistas alertam para as substâncias utilizadas no líquido de diluição da nicotina. Segundo o médico pneumologista, e presidente da Associação Médica Brasileira, Alberto Araújo, o propilenoglicol, por exemplo, ao ser aquecido se transforma em formaldeído, que é cancerígeno.
O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) já alertou para o risco do uso indiscriminado dos cigarros eletrônicos. Segundo estudo promovido por especialistas ligados ao instituto, as substâncias utilizadas como "combustíveis" para esses equipamentos possuem substâncias tóxicas além da nicotina.
Sendo assim, o cigarro eletrônico pode causar doenças respiratórias, como o enfisema pulmonar, doenças cardiovasculares, dermatite e câncer.
Ainda segundo estudo do Inca, os níveis de toxidade podem ser tão prejudiciais quanto os do cigarro tradicional, pois combinam substâncias tóxicas com outras apenas mascaram os efeitos danosos.
Outro risco recorrente dos cigarros eletrônicos é o de explosão. Um estudo promovido pela Coordenação de Prevenção e Vigilância do Ministério da Saúde, elaborado em parceria com o Inca, discriminaram casos de explosões com danos físicos e materiais às vítimas. Alguns relatos citados no estudo relacionavam o incidente a problemas com a bateria do equipamento eletrônico.
Cigarros eletrônicos não ajudam a parar de fumar
Por, em sua maioria, também conter nicotina, a dependência permanece. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não há comprovação de que os cigarros eletrônicos ajudem a interromper o vício.
Uso por jovens tem aumentado exponencialmente
De acordo com a Pesquisa Nacional da Juventude dos Estados Unidos, os jovens são o grupo populacional mais propenso a aderir a "nova moda". Em 2017, mais de 2 milhões de alunos do ensino fundamental e do ensino médio eram usuários regulares do cigarro eletrônico. No ano seguinte, o número chegou a 3,6 milhões.
De acordo com o pneumologista Alberto Araújo, estudos realizados no Brasil em 2015 apontam que 0,38% dos brasileiros entre 12 e 24 anos usaram cigarro eletrônico.
Vapers podem estar ligados a doença pulmonar grave e misteriosa
Em 2019, uma doença misteriosa e grave começou a acometer a população jovem. Cerca de 400 pessoas foram hospitalizadas e pelo menos seis delas vieram a óbito e, especialistas apontam para uma possível ligação com o uso de cigarros eletrônicos.
Diante dos casos, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) publicou um boletim sobre a doença e aconselhando os usuários a interromperem o uso e a procurar o serviço de saúde se sintomas como tosse, falta de ar, dor no peito, náusea, vômito, diarreia, fadiga, febre e dor abdominal.
Um dos causadores da síndrome pulmonar, segundo especialistas, é o acetato de vitamina E, um óleo encontrado em boa parte dos vaporizadores comercializados nos Estados Unidos.
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