Diagnóstico positivo de HIV/Aids não é mais uma sentença de morte
Com o tratamento, o portador do vírus pode ter uma vida longa e normal

Quase quarenta anos após a a descoberta do vírus HIV, a infecção ainda é, infelizmente, um grande tabu, apesar da Aids já ser considerada uma "doença crônica" que, quando tratada, dá ao portador a possibilidade de uma vida longa e saudável, desde que sejam mantidos o controle do vírus e seus efeitos no sistema imunológico.
Antes de se falar sobre o tema, é muito importante deixar claro que HIV e Aids são coisas diferentes. Mas, como assim?
Aids, ou Síndrome da imunodeficiência humana, é a doença provocada pelo vírus HIV. Entretanto, é possível ter o vírus e não desenvolver Aids, graças ao diagnóstico cada vez mais eficiente e aos medicamentos antirretrovirais.
Tais medicamentos combatem o vírus antes que ele seja capaz de destruir as células de defesa do corpo humano. Com o fortalecimento do corpo, a Aids e outras doenças oportunistas não têm chances de atacar.
No mês de dezembro, o mundo realiza a campanha Dezembro Vermelho, um marco na luta para a conscientização e para o combate ao HIV e à Aids.
Apesar de ainda não existir uma cura, já é possível viver, ter relações sexuais e filhos mesmo sendo soropositivo.
POR QUE AINDA É UM TABU?
Apesar do mundo já lidar com a Aids há décadas, o estigma e os tabus envolvendo a doença ainda permanecem, o que acaba facilitando que mais pessoas sejam contaminadas.
Uma pesquisa produzida no Brasil e publicada em 2020 pela empresa norte-americana de tecnologia médica OraSure Technologies prova isso.
De acordo com o estudo, apenas 48% dos entrevistados afirmaram que usam sempre a camisinha em suas relações sexuais. Outros 23% a utilizam às vezes e 29% assumem que nunca usam o preservativo.
Os tabus também afetam a saúde psicológica e a convivência social das pessoas. A pesquisa mostra ainda que 69% dos entrevistados acreditam que se alguém disser que tem o vírus HIV, "ninguém vai querer ficar por perto". Já 70% consideram que é difícil falar sobre isso com a família.
O próprio teste para detecção da presença do vírus no corpo, que atualmente é feito em qualquer Unidade Básica de Saúde, também é considerado um tabu e deixado de lado com frequência. 81% dos entrevistados afirmaram ter feito exames médicos nos últimos meses, mas apenas 44% testaram para infecções sexualmente transmissíveis.
Segundo 86% dos participantes da pesquisa informaram, ainda, que vergonha é uma das razões para não fazerem o teste de HIV.
CHOQUE DA DESCOBERTA
Segundo o arapiraquense Roberto*, que descobriu ser portador do vírus HIV aos 31 anos, quando recebeu o resultado do exame de sangue, foi um grande choque, mas logo após ser apresentado às informações acerca do assunto, o drama diminuiu e hoje ele vive bem com o diagnóstico.
"Minha saúde, hoje, está aparentemente boa. O tratamento, que tem o objetivo de deixar o vírus intransmissível e indetectável, me permite levar uma vida normal, podendo ter filhos e ter relações sexuais sem perigo de transmitir o vírus e infectar outra pessoa", disse ele.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a estimativa é que cerca de 135 mil brasileiros vivem com HIV e não sabem.
Indagado sobre qual recado ele daria para as pessoas que nunca fizeram o teste, Roberto* reforçou que o diagnóstico positivo não é mais uma sentença de morte.
"Façam o teste. Quanto antes o vírus é detectado no corpo, mais promissor o tratamento se torna. Se você tem uma vida sexual ativa, não tenha medo de fazer o teste. É melhor a certeza do diagnóstico e se cuidar, do que a dúvida e acabar infectando outras pessoas", finalizou o arapiraquense.
*Roberto é um nome fictício utilizado pela reportagem do Portal 7Segundos para preservar a identidade do entrevistado.
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