Quem já teve a oportunidade de conhecer ou trabalhar com Josy Carvalho reconhece sua inconfundível gargalhad de longe. Com certeza também já foi contagiado pela sua energia, alegria, inquietude - que são algumas das características inerantes à personalidade dessa mulher forte e decisiva.

Radialista por formação, Josy Carvalho começou no rádio bem jovem aos 18 anos, e até os 30 anos sua voz ecoou pela ondas de rádios em Pernambuco e Alagoas. Mas há 12 anos sua vida mudou completamente quando ela resolver conhecer o mundo e se tornou comisária de navio. Em pouco mais de uma década, essa carioca de nascença, mas alagoana de coração, já conheceu 96 países.

Em entrevista ao Portal 7Segundos, Josy Carvalho conta um pouco sobre a sua trajetória de vida: o ingresso na comunicação radiofônica e a paixão pela diversidade de gente e cultura que ela encontra ao redor do mundo.

Josy Carvalho em atividade como tripulante de cruzeiro 

O começo

Filha de pai alagoano e mãe pernambucana, Josy Carvalho nasceu no Rio de Janeiro porque o pai trabalhava na Marinha Mercantilista do Brasil . Passou toda a infância e adolescência na capital carioca mas não gostava de viver no RJ. Ela conta que década de 90 foi vítima de dois assaltos quando estava no ônibus indo para a escola.

"Eu gostava mesmo é de ir visitar meus avós maternos em São José da Coroa Grande, em Pernambuco, onde eu tinha uma liberdade de poder andar pelas ruas sem o medo da violência urbana. A família do meu pai é de São Miguel dos Milagres, em Alagoas, e nas minhas férias escolares eu também viajava para lá "

Josy conta que sempre foi muito comunicativa, expansiva e atenta a tudo que estava ao seu redor. Após concluir o ensino médio, ingressou em um curso de eletroeletrônica na Escola Técnica do Rio de Janeiro. As ciências exatas definitivamente não eram o que a adolescente sonhava para a sua vida, e aos 17 anos, ele fugiu da "cidade maravilhosa" para morar no estado pernambucano com a vó Maria Ambrosina de Carvalho.

"Minha vó era descente de portugueses, uma mulher muito culta . Foi ela que me ensinou a ler e escrever desce muito cedo, aos 3 anos de idade. Eu gostava de brincar no jardim da casa dela que era imenso", lembrou saudosa.

Josy entrevistando a prefeita Célia Rocha nos estúdios da rádio Gazeta FM Arapiraca

A jovem carioca sempre gostou muito de música e ficava ligando para as rádios para pedir os sucessos que embalaram o final dos anos 80. E soube, através de uma amiga que a rádio Litoral FM estava fazendo uma seleção para locutoras. Nascia então, aos 17 anos, a locutora Josy Carvalho.

Permaneceu 11 anos entre São José da Coroa Grande e na capital, Recife. Nesse período chegou a cursar três anos na faculdade de Jornalismo e concluiu o curso de Radialismo.

Chegada em terras alagoanas

Desbravadora e inquieta por natureza, em 1998 enviou currículo para rádios de outros estados e foi contratada pela Gazeta Fm em Arapiraca onde permaneceu até 2009.

" Fui muito bem recebida pelos queridos Isve Cavalcante e o nosso saudoso Edvaldo Silva que me ensinaram tudo sobre o jornalismo de rua, sou muito grata a eles dois. Porque até então eu havia só trabalhado dentro dos estúdios da rádio. Mas sair nas ruas, denunciar problemas do cotidiano e contribuir -através da comunicação radiofônica - para a solução desses problemas foi um grande aprendizado", agradeceu.

Em viagem pela Noruega 

Em 2000, a radialista trabalhou na campanha para a reeleição da então prefeita Célia Rocha. Com a vitória, Josy Carvalho foi convidada para integrar a equipe de comunicação da Prefeitura de Arapiraca. Neste mesmo ano, conheceu um grupo de amigos que trabalhava em cruzeiros e fez uma viajem de navio com a rota Fernando de Noronha, Natal e Recife.

Mas em 2010, a inquietude nata dessa radialista voltou a agitar seus pensamentos e aquele sonho de infância de conhecer o mundo, começou a pulsar mais forte na sua mente e no seu coração.

"Fiz uma viagem à Grécia como turista e fiquei muito impressionada com todo aquele universo diferente de pessoas, de cultura, gastronomia e a paisagem geográfica daquele lugar. Desde então, decidi que iria realizar meu sonho de conhecer outros países pelo mundo", revelou.

Primeiro Cruzeiro 

O primeiro passo para iniciar esse novo ciclo da vida foi se matricular em um curso de Turismo e Hotelaria, governança, estudou espanhol e aperfeiçoou o inglês. Fez estágios na área de hotelaria em Maceió. Depois fez os cursos exigidos pela Marinha Brasileira com reconhecimento internacional para quem deseja trabalhar em cruzeiros.

Com toda essa bagagem, começou a entrar em contato com os colegas que já trabalhavam na área e enviou o currículo.

Josy Carvalho em Santorini na Grécia

"No Brasil há agências que contatam pessoas para trabalhar em cruzeiros internacionais. Em julho de 2011, eu fui selecionada para fazer meu primeiro cruzeiro pelo mediterrâneo. Comecei na função de camareira e fiquei oito meses embarcada dentro de um navio. Em cada país que a gente parava, eu tinha meu tempo livre para siar e conhecer aquele mundo desconhecido que estava do lado de fora ", explicou.

A partir daí ela não parou mais. Já são 12 anos atravessando mares e oceanos de 96 países que ela já conheceu. Atualmente, Josy Carvalho fala quatro idiomas e exerce a função de Social Hoster - profissional que recebe os turistas no navio e também os acompanha nas excursões por terra.

Josy Carvalho disse que conheceu apenas metade dos 193 países existentes no mundo, e ainda que navegar por todos os cantos desse planeta.

Durante esse período de tripulante de navio de cruzeiros, Josy foi contratada por dois anos por uma agência que fazia cruzeiros pela Europa. Então, ela fixou residência na Grécia e se apaixonou por Santorini - uma das ilhas existentes no país. É nessa ilha paradisíaca, que Josy Carvalho, cidadã do mundo, quer morar pelo resto de sua vida.

"Eu tenho todos os sonhos do mundo e ainda muitos lugares a explorar. Minha inquietude transborda em uma explosão de sentimentos, de experiências e de paixões. Mas é em Santorini que eu quero aquietar a minha alma, sentar no fim de tarde no topo da ilha, tomar um café e escrever um livro, finaliza.