Moradora de Arapiraca acredita que foi trocada em maternidade e faz apelo para encontrar família
Ana Fábia começou a desconfiar que foi trocada na matenidade após a realização de um exame de DNA
A história de Ana Fábia Silva Canuto, 40 anos de idade, é uma daquelas bem intrigantes e surpreendentes. Recentemente, ela descobriu que pode ter sido trocada na maternidade e que os pais que a criaram podem não ser os seus pais biológicos.
O motivo dessa desconfiança surgiu a partir de umexame de DNA que o pai de Ana Fábia solicitou através da justiça que a mãe dela e dois filhos do casal fossem submetidos a fazer em 2021. Ana Fábia tem um irmão de 37 anos e os pais dela são separados há mais de 20 anos. O pai de Ana Fábia está com 61 anos de idade, e a mãe dela, com 59.
Ana Fábia disse que não sabe o motivo do pai dela ter solicitado a realização do exame de DNA. Ela contou que a mãe dela sempre foi uma pessoa muito recatada e dedicada ao marido. “É uma pessoa muito religiosa e cumpridora de seus deveres, não saia e nem ia para festas sozinha. Sempre foi uma mulher que seguia o padrão tradicional de esposa”, disse.
Apesar de não entender a motivação do exame, todos cumpriram a determinação judicial e o resultado do DNA surpreendeu Ana Fábia e a todos. O exame deu negativo para Ana Fábia, o pai dela e a mãe. Ou seja, de acordo com o resultado, ela não seria filha do casal.
Já em relação ao irmão de Ana Fábia, o resultado deu positivo. Ainda inconformada com o seu resultado, Ana Fábia contou que solicitou também via justiça que o pai dela repetisse o exame, mas ele não concordou em refazer o procedimento, afirmou Ana Fábia.
Por ter uma maior proximidade com a mãe, Ana Fábia sugeriu repetir o exame com a mãe agora no início de 2022, e o resultado deu negativo novamente. “Pegamos o resultado já próximo ao carnaval, e o resultado foi o mesmo do exame anterior, indicando que não sou filha dela”, contou Ana Fábia.
De acordo com o registro de nascimento de Ana Paula, ela nasceu no dia 15 de maio de 1982 na maternidade da Casa de Saúde Paulo Neto, localizada no Centro de Maceió, mas foi registrada na cidade de Palmeira dos Índios, no Agreste alagoano, onde residem parentes do pai dela.
Ana Fábia quando criança. Foto: cortesia
Ana Fábia contou que após tomar conhecimento do primeiro resultado de exame de DNA feito com os pais dela, uma avó de Ana Fábia que conhece a enfermeira que teria participado do parto, conseguiu entrar em contato com essa enfermeira para tentar descobrir o eu poderia ter acontecido durante o nascimento de Ana Fábia, mas a enfermeira teria dito à avó de Ana Fábia que não houve nenhuma irregularidade durante o parto, e que ela seria mesmo filha dos pais que a criaram durante a vida tida, algo que os exames negam.
Em sua busca por respostas em relação ao caso, Ana Fábia descobriu que a Casa de Saúde Paulo Neto fechou, mas, pela internet, conseguiu encontrar um número de CNPJ do hospital que a levou a descobrir também um número telefônico. Após ligar para esse número a pessoa que falou com ela informou que uma parte dos arquivos da Casa de Saúde Paulo estaria no Hospital Sanatório, e uma outra parte, não existiria mais.
“O rapaz que atendeu a ligação me falou que os arquivos de nascidos ficam guardados apenas por 20 anos e como eu já tenho 40, não existe mais nada”, contou.
Ana Fábia disse ainda que já ingressou com uma ação na justiça contra a Casa de Saúde Paulo Neto na tentativa de descobrir alguma coisa em relação ao que poderia ter acontecido com ela durante o parto, mas ainda não obteve retorno.
Ana Fábia na pré-adolescência. Foto: cortesia
Ana Fábia contou ainda que já ouviu comentários de pessoas próximas a ela falando que ela não seria tão parecida fisicamente com os pais, mas apesar disso, nunca passou pela cabeça de Ana Fábia não ser filha de quem ela sempre chamou de pai e de mãe durante a vida inteira. Somente agora, após o resultado do exame de DNA, é que essa hipótese ganhou força para ela.
“Minha mãe conta assim que nasci, ouviu a enfermeira dizer: é uma menina, é uma menina!”
Agora, Ana Fábia só pensa em descobrir quem são seus pais biológicos, e quem seria a bebê que poderia ter sido trocada por ela na maternidade, onde vive e com quem vive. O que ela mais quer agora é localizar pessoas que tenham nascido no mesmo dia em que ela e no mesmo local: a maternidade da Casa de Saúde Paulo Neto, em Maceió, no dia 15/05/82.
“Eu tenho muita vontade de descobrir minha família, mas nem sei por onde começar. O que sei é que quero muito conhecer meus pais biológicos, acredito que a minha mãe também queira conhecer essa filha que ela tem, e eu estou com esperança porque a única justificativa que existe é essa, de eu ter sido trocada na maternidade, já que o exame de DNA deu negativo com os dois, meu pai e minha mãe”, afirmou.