Lula se reunirá com enviado de Biden para definir ajuda à Amazônia
Presidente eleito está no Egito, para participar da Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

Enviado especial dos Estados Unidos à COP27, John Kerry, disse nesta terça-feira (15) à BBC News Brasil que está "animado" para se reunir à tarde com o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que também está em Sharm El-Sheik, no Egito, para participar da Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Kerry disse que aguarda a conversa com Lula para definir a futura ajuda dos EUA para ações de preservação na Amazônia, mas afirmou estar "confiante" de que o futuro presidente vai promover uma "guinada completa" na política ambiental do Brasil.
Durante o mandato de Jair Bolsonaro, o Fundo Amazônia, que tem cerca de US$ 1 bilhão em recursos doados pela Noruega e a Alemanha ficaram paralisados, diante da desconfiança desses países com a política ambiental atual do Brasil. Outros países ricos, como Estados Unidos e União Europeia, também frearam negociações para cooperar com a preservação da floresta diante do desmatamento recorde nos últimos três anos.
"Estou animado para encontrar com ele", disse Kerry. Ao ser perguntando pela BBC News Brasil se os EUA vão injetar recursos no Fundo Amazônia, ele respondeu: "Vamos analisar… Obviamente eu quero ter a chance de conversar (com Lula), mas estou confiante de que ele vai promover uma completa guinada nas políticas."
"Estamos animados para trabalhar com ele e confiantes de que faremos tudo o que podemos (para preservar a Amazônia."
Durante a COP27, Kerry se reuniu com a deputada federal eleita Marina Silva, um dos nomes mais cotados para assumir o Ministério do Meio Ambiente. Ela disse em entrevista à BBC News Brasil que pediu aos EUA e representantes de outros países ricos, como Canadá, Alemanha e Noruega, para que contribuam financeiramente com o Fundo Amazônia.
"Todas as lideranças com quem conversei sinalizaram que têm interesse em aumentar a cooperação com o Brasil. Nós somos o maior país da América Latina. Temos um papel importante no terreno da geopolítica e o mundo tem consciência disso. Sabe que a gente vive uma crise econômica, social e política e está muito solidário em ajudar o Brasil nesses quatro anos", disse.
Segundo ela, "todos os parceiros do Brasil estão ávidos para voltar a cooperar".
"Nas conversas que tive com Alemanha, Reino Unido, Canadá, Noruega, enfim, todos os parceiros têm sinalizado e entendido que o Brasil é o país que pode mudar o paradigma, porque reúne as melhores condições para fazer isso. E as pessoas querem ver o Brasil liderando pelo exemplo."
Representantes de quase 200 nações estão reunidos no Egito com o objetivo de discutir novos compromissos para garantir a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C.
Na cúpula do ano passado, a COP26, o Brasil assinou um importante acordo sobre proteção de florestas, que estabelece como meta desmatamento zero no mundo até 2030. O documento prevê US$ 19,2 bilhões em recursos públicos e privados para ações ligadas à preservação das florestas, combate a incêndios, reflorestamento e proteção de territórios indígenas. O presidente Jair Bolsonaro não compareceu e as negociações avançaram com a participação de diplomatas do Itamaraty.
Mas os indicadores mostram o Brasil na contramão das promessas e compromissos de controle de emissões de CO2. A taxa de desmatamento na Amazônia registrada em 2021 foi a maior em 15 anos e o número de emissões de gás carbônico pelo Brasil no ano passado foi o maior em 16 anos.
Bolsonaro novamente optou por não comparecer à COP27. O governo está sendo representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
Mas as atenções internacionais estão voltadas a Lula e seus ministeriáveis, como demonstra a agenda de reuniões bilaterais importantes que Marina Silva e o presidente eleito vão cumprir nesta semana na COP27.
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