Um mês após atentados, investigações avançam e se aproximam de Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes incluiu o ex-presidente no inquérito sobre a autoria dos atos golpistas

Um mês após a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro, ainda faltam respostas sobre a omissão de agentes de segurança e uma possível participação organizada de lideranças políticas.
Uma possível influência de Jair Bolsonaro (PL) nos atentados é um dos focos das investigações da PF e do Judiciário. O advogado Frederick Wassef já afirmou que o ex-presidente "sempre repudiou todos os atos ilegais e criminosos" e negou participação no que chamou de "movimentos sociais espontâneos".
Nos bastidores do Judiciário e na classe política a avaliação é que as investigações tendem a fechar o cerco contra Bolsonaro —algo visto com certa expectativa pelo Palácio do Planalto.
O ministro Alexandre de Moraes incluiu o ex-presidente no inquérito sobre a autoria dos atos golpistas, depois que um vídeo questionando o resultado da eleição foi postado —e apagado— das redes do ex-presidente.
O que mais pesa contra Bolsonaro, até agora:
Relação próxima com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que está preso e tinha uma minuta golpista em casa.
Denúncia do senador Marcos do Val (Podemos-ES) sobre uma suposta trama para grampear Moraes e impedir a posse de Lula.
Mandado de busca e apreensão contra Léo Índio, sobrinho do ex-presidente, que participou dos atos de 8 de janeiro.
A PF já prendeu ao menos 20 suspeitos e cumpriu 37 mandados de busca e apreensão em operação contra envolvidos na organização, participação e financiamento dos atentados golpistas. Isso sem contar mais de mil pessoas presas em frente aos quartéis após os atos—, enquanto o STF, sem estrutura para processar tantos nomes, avalia como prosseguir com os acusados.
5 fases da Operação Lesa Pátria
A cada semana, a PF investe em novas fases da operação contra bolsonaristas envolvidos nos atos de destruição.
Doze dias após as invasões, os agentes deram início à Operação Lesa Pátria que, hoje, está em sua 5ª fase e não tem prazo para terminar. Um dos objetivos é reunir provas para prosseguir com novas ações e novos alvos. O material apreendido ajuda na identificação de participantes nos crimes.
Policiais e influenciadores conhecidos da bolha bolsonarista nas redes sociais estão entre os presos —um deles é Ramiro dos Caminhoneiros, 49, apontado como um dos principais nomes na organização de caravanas para Brasília.
Em menos de um mês, a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentou 653 denúncias relacionadas aos atos golpistas. A maioria dos denunciados são pessoas que participaram de atos de vandalismo para tentar um golpe de Estado ou estavam acampados em frente ao QG do Exército.
Na Polícia Federal, a investigação alcança outras pessoas. Ela foi dividida quatro núcleos:
-Autores intelectuais;
-Financiadores;
-Omissão de agentes públicos;
-Vândalos e executores finais dos crimes.
O Supremo ainda não sabe o que fará com as ações contra acusados de participar de atos golpistas e das invasões às sedes dos Três Poderes.
O temor é que o grande volume de casos trave o STF —o julgamento do Mensalão, por exemplo, levou quatro meses para ser concluído. Depois, um ano e meio para que todos os recursos fossem avaliados, e o processo, encerrado.
Entre as opções para desafogar o Supremo estaria formar uma força-tarefa com servidores de outros tribunais, para auxiliarem os gabinetes nos julgamentos, ou enviar os casos para a primeira instância —opção defendida por advogados dos presos. Neste cenário, porém, a medida abre riscos de decisões divergentes entre juízes para as mesmas acusações.
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