[Vídeo] Grupo Gay de Alagoas repudia fala de vereador por Coruripe que estimula agressão a mulheres trans
Discurso violento foi proferido durante sessão na Câmara Municipal dessa quarta-feira (12)
O Grupo Gay de Alagoas e o Centro de Acolhimento Ezequias Rocha Rêgo encaminharam um vídeo à imprensa repudiando a fala transfóbica e violenta proferida pelo vereador Franciney Joaquim (MDB), durante sessão na Câmara Municipal de Coruripe, cidade do Litoral Sul de Alagoas, na última quarta-feira (12).
O presidente do GGAL, Nildo Correia, informou que entrará com uma ação junto ao Ministério Público Estadual (MPE/AL), para que o promotor de Coruripe investigue o caso e instaure inquérito com base na lei de combate ao racismo, que também tipifica a homofobia e a transfobia como crimes.
"Repudiamos a fala do vereador, que agiu de forma totalmente transfóbica, chegando ao ponto de ameaçar surrar qualquer pessoa trans que utilizasse o banheiro que não fosse de seu sexo biológico. O Grupo Gay de Alagoas e o Centro de Acolhimento Exéquias Rocha Rêgo entrarão om ação no MPE em Coruripe para que o promotor responsável instaure inquérito sobre o caso", disse presidente Nildo Correia.
Durante a sessão da Câmara da última quarta, o parlamentar prometeu "dar uma coça" em mulheres trans que utilizarem o banheiro feminino em escolas, hospitais ou postos de saúde. O vídeo da sessão está sendo divulgado nas redes sociais.
A polêmica teve início após uma mulher trans ter sido impedida, por um vigilante municipal, de usar o banheiro de uma praça pública em Coruripe.
Na Câmara, o vereador ainda disse que as pessoas trans podem ser acusadas de importunação sexual e até de estupro de vulnerável, caso o uso do banheiro seja feito na presença de adolescentes menores de 14 anos.
"Banheiro feminino não é para pessoas que se dizem femininas, que se vestem como mulher e querem usar o banheiro, porque se eu estiver numa praça com as minhas filhas e algum cabra desse quiser entrar lá, vai ser difícil ele sair sem a gente ter um entendimento. Porque, além de ele sofrer uma coça pesada, uma pisa boa, ele vai para o rigor da lei por importunação sexual e, se for uma pessoa que esteja lá dentro menor de 14 anos, vai ser acusado de estupro de vulnerável, porque entrar um homem no banheiro feminino, ele está cometendo importunação sexual, no menor dos crimes”.
Apesar de toda polêmica, o vereador por Coruripe afirma não ter sido transfóbico.
"Eu respeito todos, aqui não tem transfobia, ódio, discriminação, mas tem respeito, respeito à família, essa é a minha posição. Deus me colocou aqui para defender o nome dele e o povo para defender as famílias. Não há homofobia, não tenho ódio ou aversão a quem é homossexual, defendo o direito das pessoas LGBTs como pessoa que sou, parlamentar e cidadão, mas só porque uma pessoa se diz mulher, não significa que ela seja. Esse cidadão estava bebendo na praça, de repente quis usar o banheiro onde outras mulheres e crianças estavam, fazendo o uso da força. Teve confusão, o vigia não deixou entrar, filmaram e disseram que era preconceito. Não existe legalidade nisso, não há uma decisão do STF, então, enquanto não houver entendimento legal, eu vou dizer que não concordo. Agora, quando isso for mudado, nós vamos respeitar”, disse ele.