Cachorro ferido por bala perdida tem alta após dois meses de internação
Luck, um golden retriever branco, passou por três cirurgias e fez uso de medicamentos.
                            Foram quase dois meses de espera para que Luck pudesse, enfim, voltar para a casa. Em 29 de março, o cachorro foi baleado em uma das coxas enquanto andava com o tutor, Paulo Rosas, em Irajá, na Zona Norte do Rio. Chamego da família, o golden retriever branco, de 3 anos, foi ferido quando os dois passaram por um estabelecimento durante um assalto. Foram três cirurgias, muitos remédios e uma conta extensa para pagar. A família criou, no mês passado, uma vaquinha para custear o tratamento, pelo qual foi pago cerca R$ 60 mil. Agora, o sentimento é de alívio.
É felicidade pura. Ele está aqui curtindo os espaços dele, feliz da vida. Fez muita falta em casa. E ele já estava estressado lá. Era muita aplicação, muito remédio. Ele foi bem tratado, recebeu carinho de todos, mas foi muito tempo de internação. Ele foi um guerreiro — conta Paulo.
Luck estava em um de seus passeios diários com o tutor quando tiros foram disparados durante um roubo, no fim de março. O cachorro foi baleado em uma patinha, e o projétil saiu pela virilha. Paulo contou que viu os criminosos já com arma em punho anunciando o assalto, momento em que tentou se proteger com Luck. Durante uma discussão entre um dos assaltantes e uma vítima, foram feitos disparos, um dos quais atingiu o cão.
Ele pegou Luck no colo e saiu em busca de ajuda. Só no carro de um amigo que os levava para a clínica veterinária, Paulo viu o ferimento na coxa do cão, de onde saía muito sangue.
Agora, por enquanto, o único passeio fora de casa deve ser pela vila onde a família mora, em Irajá. As lembranças do que aconteceu não permitem ter o sentimento de segurança para os rotineiros passeios pelas ruas do entorno, conta o tutor:
— Na rua, só vai comigo aqui na vila. Não sai por enquanto. A gente fica com medo, um trauma. Não quero passar por isso de novo na vida. Na rua, como fiz, por enquanto não saio mais. A gente pensou de ele ir embora na Páscoa, mas foi Deus que o mudou dali para frente. Parecia que ele estava renascendo. Não imaginava, mas tem muita gente do bem, e o poder da oração com todos pedindo.
Em menos de uma semana foram necessárias as duas primeiras cirurgias, uma delas no mesmo dia do tiro para reconstruir as quatro camadas de músculo. Dois dias depois, a equipe descobriu que a pólvora do projétil queimou o canal da uretra, que ficou necrosado, o que levou a outra intervenção para colocar uma sonda e possibilitar que ele urinasse.
A cirurgia mais recente foi em 9 de maio para a reconstrução da uretra. Uma semana depois, a sonda foi tirada. Sem sangramento nem complicações, Luck recebeu alta na última segunda-feira. Não são mais necessários medicamentos, somente atenção com os pontos, que já estão secos e serão retirados na próxima semana.
— Estamos manipulando com o cone, e segunda-feira já tira os pontos. Está com vida normal desde agora. Já urina normal e os exames mostraram que as taxas estão todas boas. Foi um guerreiro. Foi um milagre. A gente viu que Deus realmente existe — diz Paulo.
Parte do tratamento, que chegou a cerca de R$ 60 mil, foi pago com o valor arrecadado na vaquinha — R$ 45.931,87, da meta de R$ 50 mil — e o restante custeado pela família.
— Foi uma coisa impressionante que aconteceu. O amor das pessoas e a atenção. Usei todo o dinheiro da vaquinha e coloquei dinheiro meu. Passou de R$ 60 mil. Foi um valor gasto com prazer, com o prazer de ver ele bem, de volta e feliz — diz Paulo, que se emociona.
Desde o início, a expectativa era de que a internação passasse dos 30 dias, com medicação administrada para, entre outros, evitar infecções. Neste tempo, foi acolhido pela equipe do Hospital Veterinário Dr. Stutz, onde fez todo o tratamento.
— Ele é o xodó da clínica. As veterinárias tinham que estar com ele até nos outros atendimentos. Ele estava sempre deitado embaixo da mesa, no pé delas. Todo mundo deu carinho e atenção ali, o que foi primordial para ele não se estressar, não achar que estava abandonado, apesar de irmos todos os dias de manhã e à noite — conta o tutor.
A despedida da clinica nesta segunda-feira teve direito a palmas e carinhos, além de café da manhã com bolo.
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