O vereador Daniel Douglas Januário de Melo, que confessou o atropelamentou que matou o menino José Vinícius Cardeal, na terça-feira (01), pagou fiança de quatro salários mínimos para responder pelos crimes de homicídio culposo e omissão de socorro em liberdade.

O valor da fiança, que corresponde a pouco mais de R$ 5 mil, foi definida na audiência de custódia ocorrida nesta quinta-feira (03). Mesmo em liberdade provisória, o parlamentar terá que cumprir algumas medidas, como comparecer a todos os atos processuais que for convocato, e se apresentar mensalmente ao juízo do seu domicílio. Daniel da Galinha também fica proibido de se ausentar da cidade por mais de dez dias, sem prévia autorização judicial e de frequentar estabelecimentos onde há venda de bebidas alcóólicas.

O vereador de Olho d'Água do Casado, Daniel Douglas, foi preso na quarta (02) em sua propriedade rural, após a polícia localizar o veículo que atropelou o estudante José Vinícius, escondido em uma residência em Delmiro Gouveia.

Ao ser detido, o parlamentar confessou que estava ao volante do Ford Ecosport, de cor azul, no momento em que a criança foi atropelada. A morte de José Vinícius causou revolta na comunidade Logradouro, onde o menino vivia com a família, e teve grande repercussão.

O delegado regional de Delmiro Gouveia, Rodrigo Cavalcante, que participou da ação policial que culminou com a prisão do vereador, afirmou que o acusado não estava sozinho no veículo no momento do acidente, estaria "possivelmente embriagado" e em alta velocidade.

Entenda o caso

José Vinícius dos Santos Cardeal, de 9 anos, residia no povoado Logradouro, na zona rural de Água Branca e todos os dias usava o transporte escolar para ir a escola.

No retorno da escola, o ônibus para às margens da rodovia AL 145 e José Vinícius, junto com outros estudantes da comunidade, atravessam a rodovia para seguir no caminho de casa.

No dia 1º de agosto, por volta das 14h, José Vinícius desceu do ônibus e ao atravessar a rodovia, foi violentamente atropelado por um Ford Ecosport Azul, que fugiu sem prestar socorro.

A criança chegou a ser socorrida pelo pai e levada para um hospital, mas não resistiu.

A morte da criança provocou grande revolta na comunidade que, no mesmo dia, fez um protesto, bloqueando a rodovia no mesmo trecho do atropelamento, reivindicando a prisão do acusado e a colocação de redutores de velocidade na região.