Nesta quinta-feira (17), após um julgamento que durou dias e atraiu a atenção de moradores de Senador Rui Palmeira e cidades do Sertão de Alagoas, o policial militar da reserva Jorge Vieira Ramos foi absolvido por um júri popular. Ele era acusado de tentativa de homicídio contra duas crianças, de 10 e 11 anos, e um adolescente de 13, em um incidente que ocorreu em 2020.

De acordo com a denúncia, os menores estavam na rua quando um homem em um carro branco chegou e disparou contra eles. O adolescente foi atingido no tórax, enquanto as duas crianças sofreram ferimentos nas pernas.

Durante o julgamento, os jurados reconheceram a materialidade do crime e concordaram que o policial militar da reserva havia contribuído para o incidente. No entanto, eles decidiram acatar o pedido de clemência feito pela defesa, o que resultou na absolvição do acusado. 

A polêmica surgiu quando uma das tentativas de homicídio foi reclassificada como lesão corporal grave durante o julgamento, o que levou o juiz a determinar que o processo continuasse tramitando e fosse remetido ao Ministério Público.

Os advogados de defesa sustentaram que o policial agiu em legítima defesa, alegando que ele estava perseguindo um suspeito e que os disparos foram realizados em resposta a uma situação de perigo iminente. À época do crime, o próprio policial afirmou que os tiros foram resultado de uma fatalidade e de um erro na identificação da ameaça.

A decisão do júri gerou controvérsia e desencadeou reações diversas na comunidade local. Enquanto alguns argumentam que a absolvição foi uma injustiça diante da gravidade das acusações, outros enfatizam a importância de se considerar o contexto e a possível falta de evidências conclusivas.