Edvânio do Cangandu estava com carro que pertence a locadora de veículos que era procurado desde 2021
Parlamentar ficou em silêncio durante depoimento e terá que pagar adicional de R$ 10 mil em fiança
O vereador Edvânio de Oliveira Nunes (Avante), primeiro secretário da Câmara Municipal de Arapiraca, estava com um carro de passeio que pertence à locadora de veículos Localiza, quando foi preso por receptação na sexta-feira (20), em Arapiraca.
O veículo, um Jeep Renegade ano 2020, tinha uma queixa de apropriação indébita desde 2021 e estava com os sinais verificadores adulterados.
Como a adulteração do veículo não constou na definição inicial da fiança no valor de R$ 19.800, a juíza plantonista Clarissa Mascarenhas determinou, no último sábado (21) o pagamento de um adicional, no valor de mais R$ 10 mil, no valor da fiança, em um prazo de 72 horas.
A reportagem do 7Segundos tenta contato com o advogado Fernando da Rocha Santos em busca de informações sobre o reforço da fiança.
De acordo com a Polícia Civil, uma equipe da Diretoria de Inteligência Policial (Dinpol), comandada pelo delegado Daniel Mayer, estava em Arapiraca fazendo diligências sobre uma investigação que segue em segredo de justiça, quando recebeu informações de que um vereador estaria circulando pela cidade em um carro roubado. Durante monitoramento, Edvânio do Cangandu foi avistado entrando no Jeep Renegade, em um posto de combustíveis na AL 220 por volta do meio-dia, e foi abordado pleos policiais.
Segundo a polícia, o vereador teria afirmado durante a abordagem que o carro era dele e havia sido comprado de um terceiro. O parlamentar e o veículo foram conduzidos a um posto da Polícia Rodoviária Federal e constataram que o carro estava com a placa clonada. Após verificação dos elementos verificadores, foi contatado que o veículo é o mesmo que a empresa Localiza havia registrado boletim de ocorrência por apropriação indébita dois anos atrás, em nome de uma outra pessoa.
Em seguida, o vereador recebeu voz de prisão e foi levado para Maceió, onde foi interrogado pelo delegado Igor Diego. Edvânio, no entanto, fez uso de seu direito constitucional de permanecer em silêncio e não prestou nenhum tipo de esclarecimento.
Essas informações, que estão presentes nos documentos acostados no processo que o 7Segundos teve acesso, diferem dos esclarecimentos prestados pelo próprio parlamentar, que por meio de vídeo divulgado no sábado negou ter sido preso, e apresentou a versão de que a situação estava relacionada a um veículo que ele comprou e revendeu meses atrás, cujo "problema" surgiu na hora da transferência de documentos. Edvânio alegou ainda ter resolvido a situação com a polícia e que processaria os veículos de comunicação que publicaram que ele havia sido preso.
Ainda no sábado, o parlamentar divulgou uma nota assinada em conjunto com seu advogado, afirmando que as matérias teriam distorcido a realidade. No texto, não argumenta sobre a prisão em flagrante, mas nega a existência de mandado de prisão ou de busca e apreensão contra ele.
Leia o texto na íntegra:
Eu Vereador Edvânio do Cangandu, venho através desta, esclarecer fatos maldosos e mentirosos veiculados em sites e redes sociais de notícia, que de maneira irresponsável e mentirosa veicularam, "supostas matérias jornalísticas", afirmando que tive mandado de prisão expedido, devido ter roubado carro, que estaria sendo encaminhado para unidade prisional.
Esclareço aos desavisados sites e veículos de comunicação jornalística, que no dia 20 de outubro, estava acompanhando algumas pessoas em uma reunião de negócios, onde fui surpreendido por uma equipe da Polícia Civil de Alagoas, ao qual de forma muito ordeira e cortês, me questionou a cerca de um veículo que estava estacionado, momento em que, me dispus de forma voluntária a esclarecer os fatos e os acompanhei até a sede da Delegacia, onde foram devidamente dirimidos todos os questionamentos, momento em que retornei para minha cidade e minha rotina cotidiana.
Por oportuno, reafirmo a meus munícipes, meu comprometimento com a ética, respeito e zelo com que sempre pautei minha vida pública e lamento que algumas pessoas maldosas tentem denegrir minha imagem de homem público que ajusta a vida para prestar serviços à comunidade de Arapiraca. De bom alvitre mencionar, que NUNCA EXISTIU mandado de prisão e/ou Busca e Apreensão contra minha pessoa, estando à disposição da sociedade Arapiraquense para quaisquer esclarecimentos .
Por fim, informo a todos que em momento apropriado todas essas falácias serão devidamente exauridas na justiça, onde é, e sempre será o melhor lugar para homens de bem se defenderem .
Edvânio do Cangandu, vereador
Fernando Rocha, advogado