Suspeita de fraude no EJA em cidades alagoanas é tema de matéria da Folha de S. Paulo
Maravilha, Inhapi e Jundiá são investigadas por suposição de número de matrículas inflado no programa
Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo no sábado (21) coloca três municípios alagoanos na lista das 108 prefeituras do país que estão sob suspeita de fraudar o programa de Ensino de Jovens e Adultos (EJA), para conseguir aumentar o montante recebido em verba federal para a Educação.
A matéria lista os municípios sertanejos de Maravilha e Inhapi, no Sertão, e Jundiá, na região Norte do Estado, entre as cidades que tiveram um aumento no número de matrículas do EJA muito acima da média nacional.
Enquanto em todo o país, a média de alunos do EJA corresponder a 1,6% da população local, esse percentual é bem maior nos municípios alagoanos, conforme a reportagem. Os três municípios alagoanos integram o Mapa de Risco do Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira] que lista as cidades onde há indícios de problemas nas declarações do Censo Escolar.
Em Inhapi, por exemplo, 1.739 pessoas estavam matriculadas no programa de ensino, número que corresponde a 9,5%. Em Jundiá, esse percentual é ainda maior, de 19,2% da população. Em ambas as cidades, o número de madriculados era inferior a 500 entre os enos de 2018 a 2020 - de acordo com o Inep, Jundiá teve zero matriculados no EJA em 2020. O boom de matrículas aconteceu nos anos 2021 e 2022.
A mesma situação foi registrada no município de Maravilha, onde o autor da reportagem, o jornalista Lucas Marchesini, esteve pessoalmente. Segundo ele, o município de 9.500 habitantes tem praticamente um terço da população (3.071) matriculada no programa. No entanto, a realidade presenciada pelo repórter foi muito diferente dos números obtidos pelo Inep por meio do Censo Escolar. Ele visitou duas escolas na zona urbana e, a partir de informações de funcionários, descobriu que os números de matriculas foram inflados.
Em uma das escolas, que conforme o Inep teria 1.500 alunos matriculados no EJA, uma servidora afirmou que o número de estudantes do programa é 400. Na outra escola, apesar de informar 173 matriculados, funcionários informaram que apenas 40 costumam comparecer as aulas. A reportagem, naquele dia, contou 32 alunos.
Para a reportagem, a prefeitura de Maravilha - que tem como prefeita Conceição Albuquerque (PTB) - usou artifícios para aumentar de forma artificial, a quantidade de alunos matriculados e, consequentemente, de recursos recebidos pelo município por meio do Fundeb [Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação Básica].
"A Secretaria de Educação da cidade paga uma bolsa para estimular a permanência no EJA e organizou o sorteio de três motos no início do ano passado para estimular a população a informar nome e CPF, passos necessários para a matrícula no programa", afirma o jornalista na matéria.
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