Baixo São Francisco

Grupo resgatado de trabalho análogo à escravidão no em fazenda de café do ES chega a Penedo

Houve atraso na chegada após a van disponibilizada para o transporte quebrar no meio do trajeto

Por Erick Balbino/7Segundos 17/05/2024 06h06 - Atualizado em 17/05/2024 07h07
Grupo resgatado de trabalho análogo à escravidão no em fazenda de café do ES chega a Penedo
Grupo de trabalhadores chegou durante a madrugada em Penedo - Foto: Reprodução

Doze trabalhadores alagoanos resgatados de uma situação análoga à escravidão em uma fazenda de café no Espírito Santo chegaram à cidade de Penedo, no Baixo São Francisco alagoano. 

O grupo, que partiu do Espírito Santo na quarta-feira (15), enfrentou atrasos devido a problemas mecânicos na van em que viajavam, ocorridos no estado de Sergipe, o que postergou a chegada inicialmente prevista para a noite de quinta-feira (16).

A alegria do reencontro com os familiares foi evidente entre os trabalhadores, que comemoraram aliviados ao desembarcar em Penedo. O retorno dos alagoanos marca o fim de um capítulo angustiante iniciado duas semanas antes, quando foram levados à fazenda sob a promessa de trabalho justo na colheita de café.

A investigação do caso teve início graças à coragem da cozinheira Wagna da Silva, de 43 anos, que gravou um vídeo denunciando a situação desumana que enfrentavam. Wagna relatou que, ao lado de outros 11 trabalhadores, havia sido recrutada para trabalhar na fazenda com a promessa de pagamento pelo transporte dividido em duas parcelas de R$ 6 mil. No entanto, ao chegarem ao local, foram informados que a dívida era de R$ 8 mil, aumentando ainda mais a disparidade financeira. Quando foram resgatados, a dívida de cada trabalhador já ultrapassava R$ 10 mil.

O resgate, coordenado pela Polícia Militar do Espírito Santo, foi possível graças a uma mobilização conjunta de diversos órgãos. Desde então, os trabalhadores estão sob a assistência do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que fornece suporte e orientações para que possam se reestruturar após a experiência traumática.

Os doze trabalhadores foram resgatados pela Polícia Militar do Espírito Santo após a denúncia de Wagna. A operação envolveu a colaboração de diversos órgãos governamentais, destacando a necessidade de uma resposta coordenada para combater esse tipo de crime. Atualmente, os trabalhadores estão sendo assistidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que oferece suporte psicológico, jurídico e social para auxiliá-los na reintegração à vida normal.

OUTRO GRUPO

Um novo grupo, composto por outros sete trabalhadores alagoanos de Penedo, foi resgatado em uma fazenda de café na cidade de Governador Lindenberg, no Espírito Santo, em uma ação coordenada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (15).