Governo entrega escola indígena em Água Branca e investe na preservação dos saberes tradicionais
Os municípios de Pariconha e Traipu também serão beneficiadas este mês com unidades de ensino da rede estadual

O Governo de Alagoas tem avançado na reconstrução da identidade dos povos tradicionais no estado. Na manhã desta quinta-feira (6), foi inaugurada, no município de Agua Branca, a Escola Indígena Francisco Higino da Silva, a primeira das três unidades a serem entregues neste mês de fevereiro. Juntos, esses equipamentos somam cerca de R$ 12 milhões em investimentos. Eles fazem parte da meta do Programa Escola do Coração, da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), que prevê a construção de 57 centros de ensino até 2026.
Representando o governador Paulo Dantas, a secretária Roseane Vasconcelos (Seduc), disse que, para garantir a eficácia da transmissão do saber da etnia, professores indígenas ou com formação específica serão contratados por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS) para lecionar nas unidades. Além disso, ressaltou que a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) tem o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLIND), que visa formar e atender as especificidades culturais e linguísticas de cada povo.
"O Governo de Alagoas reconhece a importância dos povos tradicionais. E através das escolas, que são equipamentos que salvam vidas e constroem o futuro, o governador Paulo Dantas promove a difusão da história e a preservação da cultura dos povos originários", destacou.
No período da tarde, foi inaugurada a Escola Indígena Antônio José da Silva, em Pariconha, beneficiando os povos Karuazú. Na próxima semana será entregue à comunidade Aconã, a Escola Indígena José Saraiva Irmão Suraconã, em Traipu. "Também serão assinadas ordens de serviço para dar início à construção de mais outras cinco escolas indígenas. O objetivo é construir 13 no estado", disse.
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Com capacidade para receber 400 alunos, a Escola Indígena Francisco Higino da Silva conta com 150 alunos descendentes dos povos originários da região matriculados nos ensinos infantil, fundamental e médio. Foram investidos R$ 3,5 milhões para a construção dessa unidade, que conta com quatro salas, de aula e uma de informática, além de uma quadra poliesportiva.
A prefeita de Água Branca, Nayara Emanuela, classificou a escola como símbolo de respeito e valorização da cultura dos povos indígenas. "Sem o apoio e parceria do governo estadual não conseguiríamos ter um espaço apropriado para reconstrução da memória e a valorização dos costumes do povo Kalankó. Agora, nossos alunos vão permanecer na nossa comunidade e não irão mais se deslocar para Mata Grande, onde iam estudar na Escola Santa Cruz do Deserto", afirmou.
Para a gestora da Escola Francisco Higino, Aline Lopes dos Reis, a entrega da unidade de ensino é um marco na história dos povos Kalankó. "Hoje é um momento de celebração. Agora, temos um espaço de aprendizagem e crescimento. Essa escola vai além de um espaço físico; é um símbolo de esperança e oportunidade para que crianças e jovens possam aprender nossa cultura, linguagem, história e também possam adquirir conhecimento e habilidades para enfrentar os desafios do mundo moderno", disse.
O cacique da tribo Kalankó, Paulo Antônio dos Santos, reconheceu o empenho do governo estadual para garantir uma educação específica para os povos indígenas. "A educação e escolaridade indígena têm sido um desafio enfrentado por todos os povos indígenas do país. E esse esforço do governo estadual demonstra a preocupação em corrigir um erro histórico cometido contra os povos originários", disse.
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