Acusados pela morte de Roberta Dias serão julgados nos dias 23, 24 e 25 de abril, em Penedo
Tribunal do júri será realizado no Fórum Desembargador Alfredo Gaspar de Mendonça, em Penedo-AL

Após quase 13 anos de espera pelo desfecho do caso Roberta Dias, o Tribunal do Júri de Penedo vai julgar os réus Karlo Bruno Pereira Tavares e Mary Jane Araújo Santos, acusados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, aborto provocado por terceiros e ocultação de cadáver.
O juiz Lucas Lopes Dória Ferreira, que assumiu há poucos meses a 4ª Vara Criminal de Penedo, é quem vai presidir o julgamento, marcado para ocorrer no plenário do Fórum Desembargador Alfredo Gaspar de Mendonça, em Penedo, nos dias 23, 24 e 25 de abril, com sessões previstas para terem início às 09h00 da manhã.
Como divulgou o site AquiAcontece, de acordo com o cronograma divulgado pela Justiça, no dia 23 de abril serão ouvidas apenas as testemunhas arroladas pelo Ministério Público.
No dia 24, serão ouvidas as testemunhas arroladas pelas defesas dos réus, com previsão de haver também os debates em plenário.
Já o dia 25 foi reservado para a continuação dos debates do dia anterior, caso seja necessário, juntamente com o desfecho do julgamento, ou seja, a leitura da sentença ou absolvição dos réus ou de um deles.
Ainda não se sabe se a Justiça permitirá que a sessão seja transmitida.
O caso
O caso Roberta Dias é um dos mais longos e chocantes casos de violência contra a mulher em Alagoas. A jovem de 18 anos estava grávida e foi assassinada porque teria se recusado a abortar a criança, como queriam o ex-namorado de Roberta e pai da criança, Saullo Araújo, que na época tinha 17 anos, e a mãe dele, Mary Jane Araújo, acusada no processo.
Karlo Bruno e Mary Jane foram denunciados pelo Ministério Público como autores material e intelectual do crime, respectivamente. De acordo com a denúncia, no dia 11 de abril de 2012, por volta das 16h, na Praça Santa Luzia, em Penedo, Roberta, que tinha 18 anos e estava grávida, saiu de casa para uma consulta de pré-natal em um posto de saúde e acabou sendo abordada pelo então namorado, Saullo Araújo, pai da criança que ela esperava.
A jovem Roberta desapareceu sem deixar pistas. Somente nove anos depois a ossada da vítima foi encontrada em um trecho pouco movimentado no Pontal do Peba, em PIaçabuçu, Litoral Sul de Alagoas, após buscas feitas por parentes da vítima após o achado de um crânio na região.
Desde o desaparecimento da jovem, os pais de Roberta suspeitavam do ex-namorado e da mãe dele, Mary Jane. Eles procuraram autoridades e organizaram manifestações pedindo por justiça. Em julho de 2014, o pai de Roberta, Ademir Dias, foi assassinado enquanto aguardava transporte em um ponto de ônibus em Piaçabuçu.
Porém, a autoria intelectual e material do crime só foram, de fato, desvendados em 2019, dois anos após a polícia ter acesso a um áudio de 43 minutos onde Karlo Bruno, amigo de Saullo, ex-namorado de Roberta, dá detalhes do crime. A gravação foi periciada pela Polícia Federal, que atestou sua veracidade.
Ele contou que o ex-namorado de Roberta planejou o crime e contou com a ajuda dele para executá-lo. A vítima foi asfixiada com um fio e teve o corpo enterrado em um local escondido próximo à praia.
A acusação descreve que Roberta foi atraída até Saullo sob o pretexto de uma conversa sobre a gravidez, que era contestada pela mãe do adolescente. A jovem foi convencida a se encontrar com ele e, durante o trajeto, foi colocada no carro de Saullo, onde também estavam Karlo Bruno, que estava escondido no porta-malas, e ferramentas, como uma enxada e uma pá, usadas para ocultar o corpo da vítima.
Como na época do crime, o ex-namorado tinha 17 anos, ele respondeu ao processo penal pela Justiça da Infância e da Juventude, mas a mãe dele, Mary Jane, e o amigo Karlo Bruno, foram indiciados por homicídio qualificado, aborto sem consentimento da gestante, ocultação de cadáver e corrupção de menor.
Mary Jane chegou a passar dois meses presa durante as investigações policiais, mas Karlo Bruno nunca foi detido. A defesa de ambos ajuizaram todos os tipos de recursos possíveis, visando evitar ou adiar ao máximo o júri popular. Mas todos os recursos foram foram sistematicamente recusados.
Ainda segundo a denúncia, Roberta Dias foi raptada e levada para um local deserto, onde foi asfixiada com um fio de extensão de som automotivo. O corpo de Roberta foi posteriormente enterrado em uma cova em um terreno da Praia do Peba, em Piaçabuçu, sendo encontrado nove anos depois.
A denúncia ainda aponta que a mentora e financiadora do crime foi Mary Jane Araújo Santos, mãe de Saullo Araújo, que à época era menor de idade e foi representado perante o juízo da Infância e da Juventude.
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