Polícia

Médicos são indiciados por homicídio culposo em morte de gestante após o parto em Arapiraca

Polícia Civil entende que houve negligência no atendimento prestado à paciente

Por 7Segundos 14/05/2025 06h06 - Atualizado em 14/05/2025 07h07
Médicos são indiciados por homicídio culposo em morte de gestante após o parto em Arapiraca
Médicos são indiciados por homicídio culposo pela morte de gestante em Arapiraca - Foto: Reprodução/Acervo Pessoal

A Polícia Civil de Alagoas concluiu a fase inicial das investigações e indiciou dois médicos por homicídio culposo — quando não há intenção de matar — pelo óbito da gestante Cíntia Soares Farias, que morreu horas após dar a luz ao seu segundo filho em uma maternidade de Arapiraca. O inquérito apontou falhas graves na condução dos atendimentos, como ausência de análise de prontuário e conduta médica inadequada.

Cíntia Farias, moradora de Batalha, no Sertão de Alagoas, deu entrada na unidade no fim de janeiro e veio a óbito em 4 de fevereiro de 2025. Segundo a família, ela havia realizado todo o pré-natal e, na última revisão, nenhum problema de saúde havia sido identificado. Ainda de acordo com os parentes, um dos profissionais envolvidos chegou a afirmar que não leu o prontuário da paciente antes do parto. A vítima deixou dois filhos, sendo um recém-nascido e outro menor de idade, que estão sob os cuidados do pai.

Segundo o delegado Edberg Oliveira, responsável pelo caso, o inquérito apurou “inaptação médica, ausência de conhecimento técnico e má conduta profissional durante o atendimento à paciente”.

Além do depoimento dos parentes, a Polícia Civil aguarda laudos do Instituto Médico Legal (IML) e o parecer do Conselho Regional de Medicina (Cremal) para robustecer a responsabilização dos envolvidos. O hospital ainda não se pronunciou oficialmente sobre o indiciamento.

Outro caso segue sob apuração

A Polícia Civil também investiga a morte de Daniele Lima da Silva, ocorrida em outra maternidade da Capital do Agreste, no dia 30 de abril, em circunstâncias semelhantes. Ela também havia finalizado o pré-natal e buscou atendimento para um parto normal, mas não resistiu.

O caso de Daniele está sob responsabilidade do delegado Matheus Enrique, que instaurou inquérito para apurar possível negligência médica. “Iniciamos imediatamente as investigações para apurar as circunstâncias dos fatos e identificar eventuais responsabilidades”, disse o delegado.