Justiça

Ministério Público de AL realiza semana de mutirão do júri em Arapiraca

Entre esta segunda (3) e terça-feira (11), o Ministério Público atua em julgamentos de crimes graves, com réus sendo acusados de homicídios, tentativas de homicídio e feminicídios

Por 7Segundos com Ascom MPAL 04/11/2025 16h04 - Atualizado em 04/11/2025 16h04
Ministério Público de AL realiza semana de mutirão do júri em Arapiraca
Sede do Ministério Público do Estado em Arapiraca - Foto: Prefeitura de Arapiraca

Dar celeridade e encerrar casos que se arrastam, em resposta às famílias das vítimas e à sociedade embasa o mutirão que iniciou nesta segunda-feira (3) e se estende até a terça-feira (11), no município de Arapiraca, dentro da mobilização coletiva do Poder Judiciário que faz parte do Mês Nacional do Júri. Para isso, o Ministério Público de Alagoas (MPAL) contará com três promotores de Justiça que atuarão para condenar réus envolvidos em crimes relacionados a feminicídio e homicídios. À frente das acusações, sustentando as qualificadoras e pedindo a condenação de todos estarão os promotores de Justiça Ivaldo da Silva, Alex Almeida e Viviane Farias.

Na segunda-feira (3), o julgamento agendado foi do vigilante Valdir dos Santos Azevedo acusado da morte do comerciante Petrúcio José Tojal Silva, ocorrida em 2019, em Arapiraca. A vítima morreu ao cair do primeiro andar de sua loja, quando estava apenas na companhia do réu que apresentou versões contraditórias sobre o fato. No entanto, é acusado de ter empurrado a vítima abandonado-a em estado grave. O júri foi adiado porque a defesa entrou com um pedido de desaforamento, e o processo aguarda a decisão de um recurso pendente em instância superior.

Na terça-feira (4), Evandro Olivense Junior foi condenado pelo Conselho de Sentença pela tentativa de homicídio contra sua ex-companheira, Alexsandra Olivense, fato ocorrido em 2015. Inconformado com a separação, ele teria atraido a vítima à antiga residência do casal com o pretexto de mostrar o imóvel a um comprador e, no local, a agrediu e tentou estrangulá-la com um fio elétrico. O júri afastou a qualificadora de dissimulação, e a pena definitiva foi fixada em 6 anos e 4 meses de reclusão em regime semiaberto.

Na quarta-feira (5), o caso trata de uma briga envolvendo jovens que bebiam no Escritório Bar, no bairro Planalto, em Arapiraca. Ao todo, oito pessoas teriam sido apontadas, no entanto restaram três réus a serem julgados pelo homicídio de Anderson Pollanks, ocorrido em 2014. Segundo a denúncia, após uma discussão da vítima com uma mulher, Willames Neto dos Santos interveio e atirou para cima. A vítima entrou em luta corporal com Willames, momento em que Tiago dos Santos Silva o derrubou. Em seguida, João Paulo dos Santos Silva aproximou-se e efetuou o disparo fatal na cabeça de Anderson.

Na Quinta-feira (6), o réu é acusado de homicídio tendo cometido o crime à traição, atirando pelas costas, utilizando uma arma de calibre 12. Marivaldo da Paz, atualmente foragido, será julgado pelo homicídio de Jonathan do Nascimento Silva, ocorrido em 2023, na zona rural de Arapiraca. O crime teria sido motivado por ciúmes, pois o réu acusava a vítima de “olhar” e “dar em cima” de sua esposa e filha. Segundo os autos, Marivaldo foi à casa da vítima, efetuou um disparo de espingarda. Dado o primeiro tiro ela caiu, mas, inconformado, o réu foi em casa, recarregou a arma, voltou e efetuou mais um disparo.

E, na sexta-feira (7), o réu matou uma mulher – que seria funcionária da sua casa-, alegando que ela teria furtado sua carteira, não havendo prova alguma que isso tenha ocorrido. Anderson Silva Santos será julgado por matar Vandete Rosa de Paula, em 7 de janeiro de 2021, na zona rural de Arapiraca. Segundo a denúncia, o réu, motivado pela suspeita de que a vítima teria furtado sua carteira dias antes, foi à sua residência e desferiu vários golpes de faca enquanto a mesma dormia embriagada na varanda de sua casa.

Já no início da próxima semana ocorrerão dois júris que também contêm requintes de crueldade. Na segunda-feira (11), sentará no banco dos réus Genivaldo de Morais Bezerra que está foragido e será julgado por homicídio e tentativa de homicídio ocorridos em agosto de 2023, na AL-220, em Arapiraca. Consta nos autos que, no dia dos crimes, ele conduzia um carro, e atingiu propositalmente, por três vezes, a motocicleta ocupada por Clécio Gonçalves (vítima fatal) e Jadielson Rodrigues (sobrevivente). O corpo de Clécio foi arrastado por cerca de 50 metros. O crime teria sido premeditado e motivado por um relacionamento que Clécio teve com a esposa do acusado.

Na terça será a vez de Wellington Rocha de Lira enfrentar o Ministério Público e o Conselho de Sentença por homicídio e tentativa de feminicídio, crimes também ocorridos em Arapiraca. Segundo os autos, em novembro de 2023, movido por ciúmes e inconformado com o término de seu relacionamento, o réu invadira a residência de sua ex-companheira Eliane Rodrigues esfaqueando e matando o atual namorado dela, Wellington Lima Silva, tendo em seguida tentado matar Eliane desferindo-lhe vários golpes. O crime foi presenciado pelo filho da vítima, de11 anos, que arremessou uma cadeira contra o agressor, permitindo que a mãe fugisse.