Gilberto Gil revisita trajetória em turnê pautada por apuro técnico
Em Tempo Rei, turnê de despedida de Gilberto Gil, o cantor revisita trajetória com boas escolhas
Ao longo de pouco mais de seis décadas de carreira fonográfica ( seu primeiro compacto data de 1963), Gilberto Gil transformou, através de sua arte, as velhas formas do viver. E é sobre parte significativa de seu cancioneiro que ele se debruça nesta que é sua última grande turnê, apropriadamente batizada de Tempo Rei.
O show aportou, no último fim de semana, na Farmasi Arena, onde fez as duas primeiras de suas quatro apresentações no Rio de Janeiro. E o artista brindou o público, no último domingo (30), com uma apresentação antológica com direito a participação surpresa de Lulu Santos e Milton Nascimento na plateia.
Eram 20h20m quando o artista, vestindo camisa branca estampada com palmeiras e calça vermelha nas cores de Xangô, subiu naquele palco. E ninguém ali precisou ser clarividente para ver sua aura luminosa. “Palco”, gravada em 1980, abriu os trabalhos para um set de canções oitentistas do compositor. A ela seguiram-se “Bamda um”, canção-título do LP de 1982, e a que nomeia a referida turnê.
A turnê, por não estar pautada por um novo álbum de inéditas, possibilita ao artista revisitar com mais abrangência sua trajetória e os lados B de seus álbuns. E, no caso de Gil, a escolha não deve ter sido fácil. Por isso, temas importantes foram apresentados como vinhetas instrumentais, como nos casos de “Aqui e agora”, “Tenho sede” e até mesmo “Pipoca moderna”, de Caetano Veloso, numa resolução salutar de Gil juntamnete com seu diretor musical, Bem Gil.
O artista toca a memória afetiva do público ao revisitar o repertório dos anos 1960 e 1970. Assim, o samba-bossa “Eu vim da Bahia” ganhou ares de samba de gafieira; “Procissão” fica suntuosa com as cordas e a cinematográfica “Domingo no parque” emociona já na introdução, com o naipe de sopros aludindo ao arranjo original de Rogério Duprat (1932-2006).
Eis que Chico Buarque surge no telão de led do cenário. O compositor lembra o episódio em que ele e Gil, ao participarem do festival “Phono 73”, tiveram seus microfones silenciados ao apresentares “Cálice”. Sob um coro de “Sem anistia!”, Gil apresenta a canção – a única do repertório não gravada por ele—fiel ao arranjo criado por Francis Hime e Milton Nascimento para o LP de Chico, de 1978.
O inventário setentista traz ainda à tona pérolas da trilogia formada pelos álbuns cujos títulos têm o prefixo “re”: “Refazenda” (1976), “Refavela” (1977) e “Realce” (1979), com Gil reavivando, no caso deste, não somente a canção-título (apresentada sob uma efusão de luzes) como “Não chore mais”, versão para “No woman no cry”, de Bob Marley (1945-1981) e cantada também no idioma original.
Gil volta ao repertório oitentista com “Extra”, “Vamos fugir”, “A novidade”, “Punk da periferia” (com o riff da guitarra de Lulu Santos preservado) e “Rock do segurança”. A guitarra é trocada então pelo violão com o set dando lugar a canções mais reflexivas e não menos pungentes como “Se eu quiser falar com Deus” (sublimada pelo trumpete e pelas cordas), “Drão”, “Estrela”, “Esotérico” e “Expresso 2222”.
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