ASPRA/AL defende isenção de PMs; Conseg classifica como ?brutal" briga de torcidas
Partida entre CRB e CSA gerou tumulto e deu lugar a cenas de violência entre os torcedores
O que era para ser um jogo de muita festa, comemoração e alegria, não foi. É que a partida entre CRB e CSA, realizada no último domingo (08), no Estádio Rei Pelé, no bairro do Trapiche da Barra, deu lugar a cenas de violência entre os torcedores. O Galo se consagrou bicampeão alagoano. Após o apito final, o Trapichão já não era mais o mesmo. A arbitragem, os jogadores e a própria imprensa testemunharam episódios de agressão física e barbárie.
O portal 7 Segundos ouviu o vice-presidente da Associação das Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas (ASPRA/AL), Washington José dos Santos Lopes, e o presidente do Conselho Estadual de Segurança (Conseg), Antônio Carlos Gouveia.
Lopes acredita e defende isenção máxima de policiais em estádios. Já Gouveia é cauteloso e afirma que deve haver discussões mais aprofundadas sobre o assunto, mas classifica as cenas de ontem como “uma verdadeira brutalidade”.
“Lugar de torcedor é nas arquibancadas”
“Sempre acreditei que a segurança interna de todo e qualquer evento, inclusive de jogos de futebol, é de inteira responsabilidade dos próprios organizadores. Não devemos responder pela praça esportiva. Quem organiza o jogo de futebol é a federação, e não o Estado”, pontuou o cabo Washington, da ASPRA.
Para ele, ainda existe uma carência considerável de efetivo policial nas ruas, mas a Polícia Militar (PM) têm realizado o seu papel. “O fardo que a corporação carrega é imenso. Se a polícia demora a agir é negligência. Se não age é omissão. E, se age com rigor, é excesso”, destacou.
“É pura falta de educação e cultura. Lugar de torcedor é nas arquibancadas. Depois é fazer a festa. Como policial, eu não teria condições de me adequar a aquela situação”, confidenciou.
“Um absurdo, uma brutalidade”
O presidente do Conselho Estadual de Segurança de Alagoas (Conseg), Antônio Carlos Gouveia, diz que vai abrir um procedimento investigativo e que o órgão vai mediar, nesta quinta-feira (12), no Palácio República dos Palmares, Centro, uma reunião com membros da Segurança Pública, OAB/AL e Tribunal de Justiça.
“Classifico essa situação como um absurdo, uma verdadeira brutalidade sem precedentes. Nós não podemos admitir isso”, ressaltou.
“As torcidas dos times são integradas por pessoas de bem. Eu acredito nisso. Agora, tem alguns marginais que vão para os estádios para gerar situações de estresse. Isso deve ser investigado e os autores punidos. Deve haver, em minha visão, uma norma de conduta padrão: para a federação, para os jogadores e para os próprios usuários”, concluiu.