Futebol

Dono do Chelsea, russo Abramovich tem bens congelados pelo governo britânico

Dono dos Blues foi sancionado devido ao bloqueio de empresários russos por conta da guerra na Ucrânia

Por Yahoo Esportes 10/03/2022 09h09
Dono do Chelsea, russo Abramovich tem bens congelados pelo governo britânico
Roman Abramovich, dono do Chelsea - Foto: IAN KINGTON / AFP

O bilionário Roman Abramovich, dono do Chelsea, está entre os sete cidadãos russos adicionados nesta quinta-feira (10) pelo governo britânico à sua lista de indivíduos sob sanções, em reação à invasão da Ucrânia pelas tropas de Vladimir Putin. A decisão provoca congelamentos de bens e proibições de viagens.

"Não pode haver refúgio seguro para aqueles que apoiaram o violento ataque de Putin à Ucrânia", disse o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

O governo britânico limitou a venda de jogadores do Chelsea e até de ingressos, mas o time pode continuar disputando partidas normalmente. Uma licença especial foi emitida para que o clube pague funcionários.

As sanções ocorrem após o governo britânico ser criticado por demorar a agir. "Oligarcas e cleptocratas não têm lugar na nossa economia, nem na nossa sociedade. Com seus laços estreitos com Putin, são cúmplices de sua agressão", afirmou a chanceler britânica, Liz Truss.

No início de março, Abramovich anunciou que venderá o Chelsea, comprado por ele em 2003, mas as novas sanções impostas colocam em dúvida a capacidade do russo de concretizar a transação.

A ação do governo significa que Abramovich está proibido de realizar transações com pessoas físicas e empresas britânicas e não pode entrar ou permanecer no território britânico. O porta-voz do bilionário se recusou a comentar a decisão de imediato.

Os sete russos que foram alvos das sanções têm um patrimônio estimado em US$ 19,7 bilhões, algo em torno de R$ 99 bilhões.

Além de Abramovich, foram alvos: Igor Sechin, presidente da maior produtora de petróleo da Rússia; Oleg Deripaska, que tem participações no Grupo En+; Dmitri Lebedev, presidente do Rossiya Bank; Alexei Miller, executivo da empresa de energia Gazprom; e Nikolai Tokarev, presidente da estatal russa de gasodutos.

O governo britânico afirma que a fortuna de Abramovich gira em torno de 9 bilhões de libras (algo próximo de R$ 59 bilhões). Ao ser adicionado à lista de sanções, o dono do Chelsea foi descrito como "um empresário russo proeminente e oligarca pró-Kremlin" e que tem "um relacionamento próximo há décadas" com Putin.

Ainda segundo o documento, a proximidade com o presidente da Rússia trouxe diversos benefícios ao empresário. "Isso inclui incentivos fiscais recebidos por empresas ligadas a Abramovich, compra e venda de ações a taxas favoráveis e contratos recebidos no período que antecede a Copa do Mundo de 2018."

No último dia 2, cinco bilionários russos deslocaram seus iates para as Maldivas para tentar ficar longe das sanções do Ocidente.

A nação insular, localizada no Oceano Índico, não tem tratado de extradição com os Estados Unidos, algo valioso num momento em que vários países vêm congelando dinheiro e confiscando bens de membros da elite financeira russa.

Um dia antes da movimentação em direção às Maldivas, o presidente americano Joe Biden havia anunciado que agiria em conjunto com a União Europeia para atingir os oligarcas, apreendendo seus iates, apartamentos de luxo e jatos particulares.

Naquele momento, pelo menos uma embarcação havia sido tomada. Um iate avaliado em US$ 120 milhões (R$ 605 milhões) que estava ancorado no porto de La Ciotat, no sul da França, e é atribuído a Igor Sechin.