De olho na Copa do Mundo, José Roberto Guimarães descarta aposentadoria: “Não gosto de falar”
Treinador tricampeão Olímpico despistou sobre possível despedida das quadras
Vice-campeã consecutiva da Liga das Nações (2021 – 2022), a Seleção Brasileira Feminina de Vôlei mantém a sua preparação na cidade de Saquarema (RJ) para disputa da Copa do Mundo, competição que está programada de 23 de setembro até 15 de outubro com sedes na Holanda e Polônia.
O Brasil começará a primeira fase no Grupo D ao lado de China, Japão, Colômbia, Argentina e República Tcheca. De acordo com a tabela do Mundial, as brasileiras estrearão diante das tchecas em 24 de setembro, dois dias depois (26) atua contra a Argentina, já no dia 28 o compromisso passará a ser com a Colômbia e encerra a fase de grupos frente a China em 1° de outubro.
Os jogos da fase inicial serão em formato único e avançam para segunda fase as quatro melhores de cada chave. A partir daí serão formados dois grupos, com os quatro primeiros se classificando para as quartas de final. A partir daí é mata-mata em jogo único até definir o campeão mundial.
O Brasil vai a essa disputa na busca do título inédito. É o único que falta para o país. Diante disso, há muita expectativa em cima da convocação feita pelo técnico José Roberto Guimarães. Em entrevista exclusiva com o Yahoo Esportes, o treinador disse que a lista ainda não está fechada.
“Infelizmente falta um corte. Nós temos que levar 14 jogadoras e precisamos verificar quais jogadoras que poderão ser mais interessantes neste momento, mas infelizmente não definimos”, disse o comandante brasileiro.
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Zé Roberto destacou que a Seleção Feminina está em uma crescente, principalmente com a volta de atletas experientes, como Carol Gattaz. “Algumas jogadoras mais velhas voltaram e as equipes se fortaleceram. O nosso time está mantendo uma boa performance, bom ritmo e espero que nós consigamos fazer uma grande competição”, disse Zé.
Tricampeão mundial com a Seleção Masculina nas temporadas de 2002, 2006 e 2010, o Brasil não subiu o lugar alto do pódio da Copa do Mundo com time feminino e ficou no quase com os vice-campeonatos em 1994, 1996 e 2010 e na conquista do terceiro lugar na edição de 2014.
Mesmo com o vice-campeonato olímpico conquistado em Tóquio há cerca de um ano, Zé Roberto destaca que muitos adversários mudaram, e para melhor. Por isso destaca aquilo que é necessário para que o Brasil possa conquistar o título inédito.
“Muitas equipes mudaram. É necessário melhorar o sistema defensivo. Precisamos ter um sincronismo melhor e maior entre bloqueio e defesa. Eu não canso de bater na ‘tecla’. Lógico que os outros fundamentos são importantes, mas que o Brasil tem que estar com sistema defensivo bem aferido. Hoje a gente tem um time, que pode jogar de igual para igual com qualquer equipe do mundo”, analisou.
Apesar dessa igualdade citada por Zé Roberto entre as principais seleções, o treinador não titubeia em falar sobre o time que está “um degrau” acima. “Eu acho que o único que está um pouco acima dos demais é a Itália”, cravou.
Liga das Nações
A campanha do Brasil no vice da Liga das Nações de 2022 ficou marcada pelo espaço das atletas novatas Júlia Kudiess, Kisy, Lorena, Julia Bergmann e Natinha. Do plantel que esteve presente na medalha de prata nas Olimpíadas de Tóquio 2020, Rosamaria, Roberta, Gabi, Macris, Carol e Ana Cristina estiveram nesse torneio em Ancara, capital da Turquia. José Roberto disse que essa mistura entre jovens e experientes foi interessante para amadurecer o elenco.
“Foi um grupo novo e muitas delas pela primeira vez estavam jogando campeonato adulto pela Seleção adulta com pouca experiência. Foi um campeonato importante e jogamos contra as principais seleções do mundo. Se saíram muito bem, foi uma grande experiência para todos nós e sabemos que temos uma nova geração bastante promissora”, analisou.
Zé descarta aposentadoria
José Roberto Guimarães é o técnico mais vitorioso da história do vôlei brasileiro. Com três conquistas olímpicas, uma no comando da Seleção masculina e duas na feminina, o treinador resolveu apostar em um projeto próprio: o Barueri, em São Paulo.
O objetivo do projeto é trabalhar na formação e lançamento de promessas do vôlei brasileiro. Criado em 2016, Zé Roberto ainda sofre com a dificuldade de arrumar patrocinadores para manter o clube sustentável. Mesmo assim, diz que o saldo é positivo.
“A dificuldade que nós encontramos hoje é o encontro de patrocinadores, mas acho que nós temos que continuar buscando principalmente patrocinadores ‘menores’ e que possam nos ajudar. E que a gente consiga fazer um grupo de empresas, que possa valorizar o projeto e ver que essas jovens podem se tornar uma cidadã no futuro”, discorreu.
Zé Roberto, aos 68 anos, também desconversou sobre aposentadoria, os seus planos e reforçou o seu gosto por compartilhar experiências.
“Eu não gosto de falar muito mais desse assunto (aposentadoria). Eu não sei quando que eu vou parar ou o que vai acontecer na minha vida. Depende da saúde e de tantas coisas. O mais importante é o que eu gosto de fazer o que eu faço. Eu amo estar nesse meio de poder ensinar, colaborar e de passar as experiências que adquiri em tantos anos. Deixa a vida me levar”, concluiu.