Análise: sem inspiração, Flamengo de Sampaoli assusta, mas não surpreende em noite ruim no Chile
Rubro-Negro volta a jogar mal, e falta de brilhantismo ofensivo mina chances de liderança na Libertadores

O Flamengo ficou no empate com o Ñublense em 1 a 1 e se complicou na luta pela liderança do Grupo A da Libertadores. Com o resultado, o Rubro-Negro ficou cinco pontos atrás do Racing, líder do certame e precisa vencer as últimas duas partidas se quiser sonhar com a ponta. Acima da igualdade, no entanto, o que preocupou foi a postura da equipe.
Contra um adversário frágil e muito menos qualificado do que o milionário elenco rubro-negro, o time de Jorge Sampaoli criou pouco e sofreu muito. O domínio na posse, atrelado com o baixo número de chances, escancara momento “arame liso” do Flamengo, que deu as caras no duelo diante do Corinthians, no fim de semana.
Na totalidade da partida, o Clube da Gávea ficou com 62% de posse e teve 91% de precisão no passe, mostrando que está alinhado com a ideia de "tratar bem a bola" de Sampaoli. No entanto, como o próprio argentino comentou na entrevista coletiva, faltou verticalidade e objetividade na hora de aproveitar as oportunidades.
No fim das contas, o Flamengo só finalizou seis vezes, sendo três em direção a meta defendida por Pérez. Assim como diante do Racing, na última rodada, apenas Gabigol conseguiu balançar as redes e dar algum tipo de alento ao torcedor rubro-negro. Após abrir o placar, no entanto, o desempenho que já estava abaixo da crítica ficou ainda pior.
A passividade do Flamengo no segundo tempo impressionou até o mais otimista dos adeptos. Confortável com o 1 a 0, a equipe “sentou” na vantagem e parecia esperar o apito final para sacramentar o resultado. O Ñublense, que não tem nada com isso, começou a gostar do jogo e, aos poucos, foi criando boas chances.
O empate foi apenas uma consequência daquilo que se via dentro de campo, a falta de comprometimento defensivo pagou seu preço. No lance do gol, Thiago Maia e Léo Pereira não ofereceram nenhuma resistência a Henríquez, e Matheus Cunha, mesmo em boa noite no Chile, nada pôde fazer.
Como mencionado, já é a segunda atuação “arame liso” do Flamengo após a melhor partida com Sampaoli, diante do Fluminense, na Copa do Brasil. Difícil explicar o que mudou de lá para cá, para que o Rubro-Negro tivesse uma queda tão grande de rendimento. Problemas físicos atrapalham, claro, mas Sampaoli precisa encontrar soluções no elenco para eles.
A verdade é que, no momento, a equipe é uma caixinha de surpresas. O torcedor não sabe qual Flamengo vai encontrar na próxima partida. Se mantiver esse futebol, no entanto, vai ser cada vez mais difícil pensar em glórias no fim da temporada. O Rubro-Negro volta a campo no sábado, para enfrentar o Cruzeiro, pelo Brasileirão.
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