Em entrevista coletiva após a derrota do São Paulo por 2 a 1 diante do Internacional, o técnico Dorival Júnior tentou justificar a má fase do time no Brasileirão, mas não encontrou palavras. O treinador afirmou que o Tricolor vinha fazendo um bom campeonato até o início das fases decisivas das competições de mata-mata.

- Até o momento em que tínhamos um respiro entre uma competição e outra, estávamos focados no Brasileiro, fazendo uma competição muito regular. Quando começamos a decidir toda semana na Sul-Americana e Copa do Brasil, com jogos importantes e adversários complicados, de repente saíamos de um jogo como esse e dois dias depois estávamos em campo - iniciou o técnico.

- Foram se somando o primeiro, segundo, quinto, sexto (jogo sem vencer). De repente, acumula-se. Por isso estou tentando entender o que vem acontecendo. É natural, que cobrando uma melhora a cada momento, intensificando o trabalho, nos dedicando muito. - finalizou, admitindo não tem um diagnóstico preciso sobre o momento da equipe.

Na sequência, o treinador deu méritos ao adversário pelo resultado. Dorival admitiu alguns problemas de ordem tática, como a dificuldade em sair da marcação pressão exercida pelo adversário. Outro momento de destaque da coletiva foi quando o técnico admitiu que o principal aspecto trabalhado durante a Data Fifa, a marcação, não funcionou como esperado diante do Internacional.

- O que mais trabalhamos ao longo de todo esse processo, que foi justamente a marcação, senti que não nos encontramos plenamente, principalmente nos 15 minutos iniciais e da segunda etapa. A possibilidade de administrar mais o jogo, de maneira organizada, abrimos mão disso recuando desnecessariamente. A ansiedade poderia trabalhar a noss favor. O Inter adiantou a marcação, retomou muitas bolas no setor ofensivo e criou boas oportunidades.

DIFICULDADE PARA 'VIRAR A CHAVE'
De olho na final da Copa do Brasil, Dorival revelou uma dificuldade, tanto da equipe quando dele mesmo, de 'virar a chave' entre as competições. O técnico também sugeriu que o Flamengo, adversário na decisão do final de semana, deve ter sentido a mesma dificuldade que o São Paulo para focar nas competições diferentes.

- Para o treinador é muito difícil uma virada de chave, a realidade é essa. Tenho certeza que do lado de lá (Flamengo) é da mesma forma, jogadores e torcida, querem que chegue o quanto antes esse momento.

Por fim, Dorival analisou a diferença de expectativa entre os finalistas, e reforçou que desde o seu primeiro dia de trabalho o São Paulo está preparado para disputar o título, até então inédito.

- O Flamengo tem um histórico (recente de títulos) muito positivo, e temos que reconhecer. O São Paulo tem uma necessidade maior do que o Flamengo apresenta em um momento como esse. É em cima dessa necessidade que estamos trabalhando. Essa preparação para a final não aconteceu da noite para o dia. Desde o primeiro dia que aqui estive, afirmei aos jogadores que estaríamos em uma final de competição. Estamos tendo essa oportunidade, espero que sejamos felizes.