Filé alagoano pode se tornar patrimônio imaterial do Estado
Tipo de bordado alagoano com beleza de pontos singulares e cores vibrantes, o filé é conhecido nacionalmente e em breve poderá se tornar patrimônio imaterial do Estado. A Secretaria de Estado da Cultura publicou nesta terça-feira (3), por meio do Diário Oficial, a aprovação técnica do Pró-Memória após análises para a inclusão do artesanato como patrimônio imaterial.
O processo agora aguarda um prazo de 30 dias para consulta pública e, dessa forma, retornar ao Conselho para última apreciação e ser inscrito no livro de Registro do Patrimônio Cultural e Imaterial de Alagoas, em conformidade com a Lei nº 7.287 de 30 de novembro de 2011.
De acordo com a diretora do Pró-Memória, Ariana Moraes, para ser considerado um bem imaterial “são observados aspectos como o desejo da coletividade, relevância do produto, peculiaridade, artes e talentos da vida social que se reflete em saberes, ofícios e modos de execução, o risco de desaparecimento do bem e a sua continuidade histórica”, afirmou.
“Além disso, observamos ainda toda a rede de relações e contexto que cada produto está inserido”, completou a superintendente de Identidade e Diversidade da Secretaria de Estado da Cultura, Adriana Guimarães.
A aprovação técnica do Pró-Memória aconteceu após a análise de um estudo apresentado e elaborado pelo Laboratório da Cidade e do Contemporâneo (LACC), núcleo de pesquisa do Instituto de Ciências Sociais (ICS), coordenado pelo antropólogo e pesquisador Bruno César Cavalcante, que reuniu documentação acumulada sobre o processo de produção e comercialização do bordado filé e suas formas de manifestação no território alagoano, em especial na área compreendida entre as duas lagoas Mundaú e Manguaba.
O estudo também oferece compreensão sobre os dados históricos da produção, características, condições de produção, múltiplas formas de expressão e traz dados culturais tendo em vista particularidades, produto como bem turístico e cultural.
“Hoje, o filé é um ícone territorial, uma identidade visual da nossa terra. Ele possibilita uma retroalimentação de significados. Por isso, a Ufal tem feito ações em parceria com órgãos de governo e instituições de desenvolvimento que possibilitam a valorização desse bem e, com isso, das comunidades produtoras”, enfatizou Bruno César.
Assim como o filé, Alagoas estuda uma série de pedidos de tombamento de outras riquezas como o bico singeleza e o doce de caju, o sururu de capote, folguedo Mané do Rosário, e os doces das doceiras de Riacho Doce.
O tradicional camarão do Bar das Ostras, receita criada há 60 anos, no início deste ano elencou a relação de bens imateriais do Estado.