Política

Movimentos fazem últimas articulações antes de grandes manifestações do Impeachment

Movimento Frente Brasil Popular, contra o impeachment se reuniu durante toda a manhã. Movimento Brasil livre agendou reunião para esta tarde

Por Ludmila Calheiros 16/04/2016 12h12

Telões, trios, bandas, bandeiras, faixas e cartazes, tudo está sendo revisto e ajustado pelas coordenações das duas grandes manifestações que acompanharão, na orla de Maceió, a votação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, neste domingo (17).

O Movimento Frente Brasil Popular, que se manifestará em frente ao Iate Clube Pajuçara, se reuniu na manhã deste sábado (16), para acertar toda a estrutura do ato que deve ter início às 08h do domingo. Durante todo o dia dois trios serão utilizados nos discursos, gritos de manifestação e propagação de músicas contra o que chamam de golpe. Os manifestantes contarão com o apoio de doze tendas, onde acompanharão toda a votação em televisores. Além dos aparelhos, o movimento vai contar com telões para que a multidão esperada não perca nenhum dos votos.

“Nossa mobilização vai ser grande. Nos últimos dias tivemos uma grande adesão de pessoas contra o golpe. Os que defende acabaram estancando. Hoje podemos acompanhar que muita gente que se diz contra o governo da Dilma vai manifestar do nosso lado por entender que esse processo é um golpe e porque a linha sucessória é ruim. Estamos aguardando também as caravanas que vem do interior. Lembrando que nós custeamos os nossos atos, por isso nossa caravana será básica, muitos trabalhadores do campo estão vindo com cinco, seis, sete, oito carros ou mais. Eles também estão vindos nos caminhões e ônibus que utilizam nos trabalhos. Nós já temos mais de trinta grupos culturais dos bairros e periferias que vão se apresentar, de forma voluntária, ao longo do dia” , explicou Isaac Jackson, um dos organizadores do Movimento Frente Brasil Popular.

No Alagoinha estarão os manifestantes que apoiam o impeachment da presidente. Eles definiram os últimos ajustes do ato durante reunião realizada esta tarde. Há quase um mês, o Movimento Brasil montou um acampamento em frente ao Alagoinha e vizinho ao prédio em que o senador por Alagoas, Renan Calheiros (PMDB), tem um apartamento. Neste local o movimento deve instalar um grande telão que vai transmitir em tempo real toda a votação. Um trio também estará no Alagoinha, onde bandas farão a animação dos manifestantes, que também poderão subirão no veículo para cobrar o impeachment.

“Estamos com uma grande expectativa. Essa reunião de hoje a tarde deve definir apenas alguns detalhes técnicos. Desta vez nossa manifestação será diferente do víamos fazendo. Vamos estar em um local fixo, não haverá caminhada. Temos também uma lista de bandas que se disponibilizaram e querer participar do ato”, definiu Alesandro Gusmão, um dos organizadores do Movimento Brasil.

Posicionamentos

Os posicionamentos dos grupos são fortes e diferem completamente. Para o Movimento Brasil, o governo não tem mais sustentabilidade o que agravaria a cada dia a crise política e econômica do país, afetando diversos setores.

“Nossa defesa é pela questão ética, pela democracia. Esse governo se esgotou. Estamos vivenciando uma grave crise e os investidores estão fugindo. Dilma perdeu todo o apoio político, é uma irresponsabilidade mantê-la na presidência. Hoje, na verdade, ela é apenas um boneco. Todos sabemos que quem está por trás das decisões é o ex-presidente Lula, que inclusive tentou ser ministro, o que não foi permitido pela justiça. Não estamos dizendo com isso que com a queda da Dilma tudo estará resolvido, nossa luta é por limpar essa política. Para isso temos que focar em uma escadaria, de cima para baixo. E que em 2018, com novas as eleições essa luta seja concluída. Só não podemos fechar os olhos e esperar”, ressaltou Alessandro.

Para o Movimento Frente Brasil Popular o que não se sustenta é processo de impeachment, que não teria base legitima para acontecer, tratando-se apenas de um golpe de partidos antes aliados.

“A presidente cometeu algum crime? Cometeu improbidade administrativa? Digo que não e isso é claro. Não há razão jurídica nesse pedido e essa decisão não pode ser tomada com base em decisões políticas. Se Dilma não cometeu crime então é golpe. Michel Temer (PMDB) quer o cargo e Eduardo Cunha (PMDB) se sustentar. Isso está mais que claro. É golpe”, afirmou Isaac Jackson.