Polícia

Operação detém suspeitos de lesar Caixa Econômica Federal em R$220 milhões

Envolvidos construíram quase duas mil casas utilizando subsídio do ?Minha Casa, Minha Vida?

Por Redação com assessoria 28/04/2016 07h07
Operação detém suspeitos de lesar Caixa Econômica Federal em R$220 milhões
- Foto: Arquivo

Uma operação desencadeada pela Polícia Federal (PF), na manhã desta quinta-feira (28), deteve suspeitos de lesar a Caixa Econômica Federal em R$220 milhões de reais. Os envolvidos construíram quase duas mil casas no município de Teotônio Vilela utilizando subsídios oferecidos pelo “Minha Casa, Minha Vida”.

Proprietários de construtoras ofereciam dinheiro para que as pessoas comprassem as casas e incluíam a vantagem, de maneira criminosa, no valor dos imóveis. O grupo foi encaminhado para prestar os devidos esclarecimentos na sede da Polícia Federal, no bairro de Jaraguá. Ao todo, 20 pessoas foram detidas, dentre elas cinco funcionários da Caixa, quatro contadores e onze donos de construtoras.

Vantagem indevida
A suspeita principal da polícia é de que empregados da empresa liberavam financiamentos imobiliários mediante o recebimento de vantagens indevidas. Isso acontecia porque algumas pessoas interessadas em adquirir as casas não preenchiam os requisitos do programa no ato de assinatura do contrato.

A pedido dos construtores, os contadores teriam confeccionado Declarações de Comprovantes de Rendas falsificados a fim de burlar as exigências do banco mantenedor da dívida e, desta forma, conseguiam liberar os financiamentos. Os compradores, por sua vez, compravam as casas mediante promessa de vantagem financeira.

Os mutuários não teriam renda suficiente para conseguir os financiamentos imobiliários e só aceitaram comprar as casas, porque lhes foi prometida uma vantagem financeira para a compra das mesmas. Um conjunto chegou, inclusive, a ser depredado pelos compradores porque os vendedores teria se recusado a entregar o dinheiro prometido para compra destes imóveis. 

Próximo passo
A Operação, intitulada “Cabala”, pretende ouvir, agora, funcionários de prefeituras de Teotônio Vilela, assim como responsáveis pela concessão de licenças de construção do “habite-se”. Engenheiros designados pela avaliação dos imóveis também serão ouvidos, visto que há indícios de que os profissionais tenham avaliado as residências sem que elas sequer tivessem sido construídas. 

Crime
Os detidos serão enquadrados por crimes de quadrilha, uso de documento falso, falsidade ideológica, corrupção ativa, estelionato qualificado e corrupção passiva. Cerca de 200 policiais federais dos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte participam da operação. Ao todo, 27 mandados de busca e apreensão foram expedidos, assim como 27 mandados de sequestro com cerca de 40 pessoas envolvidas em fraudes. 

Prejuízo
Os automóveis das pessoas envolvidas na Operação Cabala foram recolhidos e serão alienados. Com o dinheiro obtido por meio da aquisição, será possível amenizar o prejuízo sofrido pela Caixa Econômica Federal (CEF).