Geral

Internet auxilia na qualificação profissional e cria novo nicho de empreendedores

Portal 7 Segundos entrevistou pessoas que utilizam a web como fonte de estudo e de renda

Por Anne Caroline Bomfim 16/07/2016 11h11
Internet auxilia na qualificação profissional e cria novo nicho de empreendedores
- Foto: Reprodução

O surgimento e a consequente popularização da internet proporcionou uma gama de opções para a sociedade: seja ela física ou virtual. A globalização, por sua vez, fomentou inúmeras oportunidades àqueles que desejam utilizar a plataforma como fonte de estudo ou até mesmo de renda. O portal 7 Segundos entrevistou alagoanos que viram no mundo virtual uma oportunidade para aprimoramento.

Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), a educação a distância registra um crescimento de 18% ao ano em número de matrículas. O último Censo da Educação Superior, divulgado em 2014, contabilizou mais de um milhão de cadastros on-line. As perspectivas para o mercado, e também para os alunos, têm sido positivas, apesar dos prós e contras. Em um artigo publicado no portal “Converge”, Dirceu Minetto, CEO e fundador do programa “Educa Mais”, afirma que a modalidade EAD tem algumas características peculiares.

Entre os aspectos vantajosos destacam-se: adequação á disponibilidade de horários, acesso a bons professores e ritmo de estudo personalizado. Já as desvantagens, por sua vez, são: dificuldade de adaptação, ausência de resolução de dúvidas instantâneas e procrastinação reiterada.

“O Ensino à Distância apresenta crescimento e um grande potencial para avançar ainda mais nos próximos anos, rompendo barreiras físicas e disseminando conteúdo de qualidade. Além disso, é importante lembrar que o País assumiu metas ousadas no Plano Nacional de Educação para serem alcançadas até 2024, visando à diminuição das desigualdades históricas encontradas no Brasil. Grande parte desses avanços se dará, certamente, com o uso das possibilidades oferecidas pela Educação à Distância. Portanto, é preciso estudar o segmento, entender suas necessidades e oferecer ao mercado produtos que permitam um aprimoramento do setor educacional no Brasil”, concluiu.

Em Alagoas, uma das instituições mais procuradas para qualificação profissional é o Senac que, além de cursos presenciais, também oferta cursos a distância. Sandro Diniz é assessor de Educação Profissional da instituição. Para ele, os cursos “EAD” crescem de forma considerável porque se apresentam como boas alternativas para aqueles que não possuem uma rotina fixa, proporcionando liberdade ao estudante.  

“Implantamos os cursos a distância há cinco anos. Percebemos que o mercado pedia isso, então foi algo natural. Acredito que eles fazem sucesso porque proporcionam flexibilidade ao aluno. Entretanto, assim como nos cursos presenciais, o estudante precisa ter disciplina para cumprir todas as atividades. Ele acaba se tornando um gestor das suas próprias tarefas”, explica.

Atualmente, o Senac Alagoas oferta cursos técnicos, de pós-graduação e os chamados cursos “livres”, que integram o arcabouço da Formação Inicial e Continuada (FIC). Todas as qualificações são realizadas por meio da plataforma de Educação do Senac. Atualmente, existem cursos nas áreas de Turismo, Logística, Marketing, Meio Ambiente e até Gestão.

Ao todo, 2.732 pessoas já concluíram cursos a distância apenas no regional de Alagoas. Em 2016, o Senac já contabilizou 910 novas matrículas na mesma modalidade. “Acreditamos e apostamos tanto nos cursos EAD que até o nossos colaboradores aderem. Isso faz parte da educação corporativa”, diz. 

“Um curso que têm crescido bastante é o de Técnico em Guia de Turismo, principalmente porque o nosso estado tem uma costa litorânea belíssima e recebemos muitos turistas”, emenda.

Preconceito 

Segundo o Instituto Data Popular, 93% dos jovens com menos de 24 anos não querem estudar on-line porque desconfiam da qualidade da formação e temem pela não valorização do diploma no mercado de trabalho. “Ainda existe preconceito sim, mas, principalmente, pela falta de conhecimento. Os próprios alunos, quando chegam pela primeira vez na sala de aula, tem essa sensação. Depois eles percebem que a realidade é outra e que podem estar no mesmo patamar que os demais”, ressalta.

Sucesso profissional
Henrique Farias, 27, é um dos alagoanos que optaram por estudar a distância. Com uma rotina atribulada e repleta de atividades, em 2014, ele decidiu sair da zona de conforto e deu início à qualificação profissional, mas não tinha tempo e precisava de um curso que correspondesse às expectativas e que suprisse as suas necessidades. Escolheu estudar Transações Imobiliárias no Senac Alagoas.

“Decidi estudar on-line porque não tinha tempo para me dedicar integralmente. Li algumas matérias na internet que abordavam justamente sobre Educação á Distância e me interessei bastante. Na época, trabalhava na área da informática o dia inteiro, de segunda a sábado, das 8h às 18h30 da noite. Apostei na modalidade EAD e não me arrependo”, falou. Com duração média de 1 ano e 6 meses, Henrique concluiu os estudos recentemente, mas se inseriu no mundo do trabalho ainda como estagiário. 

Questionado se ele enfrentou algum tipo de dificuldade no que tece à prática profissional, o corretor de imóveis é enfático. “Não senti, não. Por incrível que pareça foi muito tranquilo. É claro que, no começo, dá aquele frio na barriga, mas é normal. Acredito que devemos nos dedicar ao máximo. Na hora que o cliente pergunta alguma coisa, você não pode tremer, tem que ter autoridade e conhecimento para falar sobre o assunto”, ressaltou. 

Universitária empreende e é sucesso nas redes sociais

A estudante de Fisioterapia Rafaela Maria da Silva, 20, viu na internet uma oportunidade de empreender e divulgar os seus produtos pelas redes sociais. Atualmente, ela atua em dois ramos distintos: gastronomia e beleza. Na primeira empresa, ela comercializa trufas, doces e chocolates diversos. Já no segundo ramo, ela trabalha com bijuterias. Todo o trabalho é viabilizado e divulgado pelo whatsapp, facebook e instagram. 

A jovem começou a vender porque estava desempregada e precisava ganhar dinheiro. “É fácil de fazer e é barato, então decidi ganhar um dinheirinho para não depender somente da minha mãe. Para mim, seria apenas uma fase, antes de entrar em uma faculdade e trabalhar”, conta. 

Á época, ela havia concluído o ensino médio, mas não ingressou de imediato no ensino superior. Aí decidiu permanecer comercializando doces como uma fonte alternativa de renda. A internet foi tão importante que, segundo ela, a empreendedora não chegou a fazer curso algum para se capacitar. Todo o conhecimento foi adquirido pela web por meio de vídeos e fotos. Após a decisão de empreender, Rafaela acessou sites para se informar e também observou os perfis das outras empresas atuantes no mesmo nicho. 

A divulgação nas redes sociais é vista quase como uma rotina, uma obrigação. “A maioria dos pedidos que eu recebo é pelo whatsapp. Então, para mim é essencial. Costumo fazer a divulgação por volta de duas ou três vezes na semana. Posto fotos dos produtos e também dos valores. As pessoas ligam, mandam mensagem e pedem”, explica. 

Ela avalia a experiência como positiva e afirma que o retorno é satisfatório. “As pessoas veem os produtos e já comentam. São clientes que sempre curtem e compartilham. A divulgação boca a boca também é importante, mas a internet também é”. “Você também precisa fazer a sua própria propaganda. Você precisa fazer com que aquilo seja bem visto aos olhos das outras pessoas que querem utilizar os seus produtos, independente qual for. Então, a divulgação precisa ser boa. A internet me ajudou nesse sentindo”, emendou. 

Planos futuros
A estudante ressalta que os planos futuros são os melhores possíveis e que pretende crescer na carreira acadêmica e também como empresária. “Eu estou feliz com todas as minhas conquistas. Quero crescer profissionalmente, mas, quem sabe, também pretendo tocar o meu negócio. Nada está descartando e todas as possibilidades são bem-vindas”, concluiu.