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Haddad atribui baixa aprovação em SP a falta de divulgação

Prefeito da cidade registrou apenas 14% entre quem avalia sua gestão como ótima ou boa

Por UOL 26/07/2016 10h10
Haddad atribui baixa aprovação em SP a falta de divulgação
- Foto: Uol

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), afirmou, em sabatina promovida pelo UOL, pela "Folha de S.Paulo" e pelo "SBT", que sua baixa aprovação apresentada em recente pesquisa do Instituto Datafolha se deve à pouca divulgação de seus feitos como gestor da cidade.

"Hoje não é fácil se comunicar com o eleitor. Houve um deficit de comunicação. Não tô empurrando isso para a população, e o noticiário, por razões óbvias, focou os temas nacionais [a crise política]. Tivemos pouco espaço de divulgação, mas é para isso que serve a campanha eleitoral, quando eu poderei divulgar as ações de governo e o conceito de cidade que eu defendo. O tempo de campanha [na TV] caiu, mas vamos ter tempo de dialogar", disse.

O petista Fernando Haddad tem a pior avaliação já registrada pelo Datafolha entre os prefeitos de São Paulo que tentaram a reeleição. Ele registrou apenas 14% entre quem avalia sua gestão como ótima ou boa. Só ficou à frente de Celso Pitta (7%), que ocupou o cargo de 1997 e 2000, em uma gestão marcada por escândalos de corrupção e por uma ameaça de impeachment.

Na semana passada, ele havia atribuído a baixa popularidade à "confusão das pessoas". "Existe confusão generalizada sobre responsabilidades, quem é culpado do quê. As pessoas não são obrigadas a acompanhar as coisas no dia a dia", afirmou Haddad em entrevista à "Folha".

Haddad prevê gastar R$ 10 milhões na campanha deste ano pela reeleição, valor bem menor que em 2012, quando esse valor foi de R$ 90 milhões.

O petista negou que tenha ocorrido caixa dois em sua candidatura a prefeito em 2012. Na época, a campanha de Haddad foi chefiada por João Santana, marqueteiro preso por conta da Operação Lava Jato.

"A legislação nova veio para ficar. Nós seguimos padrões de mercado para evitar suposições, ilações e suspeitas [do caixa 2]. Em 2012, estava no auge do julgamento do mensalão. Tomamos os cuidados devidos para não ter nada discrepante em relação aos nossos adversários", disse Haddad. "Eu te asseguro, uma campanha tem dois responsáveis: o candidato e seu tesoureiro. Nem eu nem o meu tesoureiro seremos citados em nenhuma delação."

O prefeito afirmou na sabatina que as contas da sua campanha de 2012 foram aprovadas pela Justiça. Na época, o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho acolheu embargos de declaração de Haddad (PT) e aprovou "com ressalvas" as contas de sua campanha.

No recurso apresentado, Haddad não conseguiu justificar uma inconsistência nas contas avaliadas. Embora o petista tenha apresentado documento detalhando serviços executados pela empresa Pólis Propaganda & Marketing, o juiz encontrou algumas irregularidades fiscais e ressalvou que elas não impediram a fiscalização das contas, "cabendo à autoridade competente as medidas para apuração de potencial ilícito de natureza tributária", segundo o site do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.

Corretores de tempo de TV

Haddad também afirmou que o PT tinha de ter tido a "coragem" de fazer a reforma política para vetar a doação de empresas privadas e as coligações. "O PT tinha de ter tido a coragem de fazer a reforma política com dois itens: o financiamento empresarial, que o Supremo agora vedou, e as coligações proporcionais, que fragmentam o sistema partidário no Brasil. A hora em que cada partido tiver uma bandeira, essa lambança vai acabar. Os partidos são corretores de tempo de TV. Quem faz a vida na política acaba sendo empurrado para a ilegalidade." 

O UOL, a Folha e o SBT continuam nesta semana a série de sabatinas com pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo. A próxima a ser entrevistada será a deputada Luiza Erundina (PSOL), nesta quarta-feira (27), às 10h, no estúdio da TV UOL, com transmissão ao vivo pelo UOL.

Na sequência, virão a senadora Marta Suplicy (PMDB), na quinta (28), às 10h; e, na sexta-feira (29), às 10h, o deputado Celso Russomanno (PRB). Além de Fernando Haddad, já foram sabatinados o vereador Andrea Matarazzo (PSD), que na segunda-feira desistiu de campanha própria para se tornar vice na chapa de Marta, e o empresário e apresentador João Doria (PSDB).

Os candidatos estão sendo entrevistados por três jornalistas: Fernando Canzian, da "Folha de S.Paulo", Luís Indriunas, do UOL, e Kennedy Alencar, do SBT.

Foram convidados para as sabatinas os sete candidatos com mais intenção de voto no principal cenário da última pesquisa do Datafolha, divulgada no dia 15 de julho.

A pesquisa ouviu 1.092 pessoas na terça (12) e na quarta-feira (13). A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral sob número SP-02963/2016.

Além dos citados acima, a pesquisa mostrou ainda que 2% dos paulistanos pretendem votar em Levy Fidelix (PRTB) e outros 2% no Major Olímpio (SD). Marlene Campos Machado (PTB) e Ricardo Young (Rede) apareceram com 1% cada. Branco, nulo e nenhum candidato somaram 19%, e 4% disseram não saber em quem votar.

UOL, Folha e SBT organizarão também um debate com os candidatos a prefeito de São Paulo antes do primeiro turno, no dia 23 de setembro.