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Cheiro de cloro incomoda população que mora próximo à Braskem, em Maceió

Reportagem da TV Ponta Verde mostrou riscos àqueles que residem no bairro do Pontal da Barra

Por 7 Segundos com TV Ponta Verde 13/12/2016 11h11
Cheiro de cloro incomoda população que mora próximo à Braskem, em Maceió

O bairro do Pontal da Barra, em Maceió, é conhecido pelas belezas naturais, gastronomia e rendas que vestem alagoanas e que encantam turistas de todo o país. Há alguns anos, no entanto, os aspectos positivos que abrilhantam aquela pequena comunidade deram lugar a problemas e riscos que os moradores vêm enfrentando devido ao vazamento de produtos químicos da Braskem, situada nas proximidades.

TripAdvisorO cheiro forte de cloro incomoda e ameaça a saúde e o bem-estar de todos que lá residem. O lençol freático daquela região já é naturalmente contaminado pelos inúmeros efluentes industriais. Nessa segunda-feira (12), o Jornal do Dia, da TV Ponta Verde – afiliada ao SBT, veiculou uma reportagem especial que contou um pouco sobre esse problema e suas consequências. O medo toma conta da pulação e também gera instabilidade.

A habilidade e beleza do filé só são abaladas pelo cheiro de cloro. Os idosos são os que mais sofrem. A aposentada Maria da Conceição conta que chega a ficar adoentada por causa do ar aparentemente poluído. “Dá aquela tosse, a gente fica agoniado por causa do cheiro”, (sic) comentou. Atualmente, a Braskem é uma das maiores produtoras de soda e cloro do Brasil e alguns acidentes envolvendo questões ambientais em Alagoas já foram contabilizados em anos anteriores.

De acordo com a presidente da associação dos artesãos do Pontal da Barra, Lídia Minim, os moradores são informados pela empresa que a situação está sob controle e que a emissão de efluentes ou outros resíduos é monitorado constantemente por especialistas neste segmento. “O cheiro de cloro acontece uma ou duas vezes na semana... é a despressurização que é necessária”, divagou.

ReproduçãoA Braskem informou que realiza periodicamente simulações de acidentes que envolvem Corpo de Bombeiros, profissionais de saúde e a própria população. Os moradores, no entanto, denunciam que as ações em nada contribuem para minimizar o incômodo. “Isso é só um arranjado para dar desculpa para a comunidade e para passar sensação de segurança, mas não existe essa segurança. Pelo contrário”, afirmou o pedreiro Edinaldo Freitas.  

FISCALIZAÇÃO

A fiscalização da empresa é realizada pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). Entretanto, o que chama a atenção é que é a própria Braskem que produz o relatório e é responsável pelo monitoramento ambiental. A reportagem chegou a denunciar, inclusive, que um dos colaboradores do IMA que fiscaliza essa situação já trabalhou na indústria química.

Conforme explicado pelo assessor executivo do IMA, Ricardo Freitas, a Braskem está “dentro dos padrões aceitáveis”. Em vários pontos da fábrica é possível visualizar uma fumaça branca saindo das unidades de produção de soda cáustica e também de cloro. A direção da Braskem admite essa possibilidade, mas afirma que a fumaça não faz mal a ninguém.

“Uma fábrica daquele tamanho e com aquela complexidade, é óbvio que tem alguns efluentes que às vezes são sentidos”, disse o diretor de relações institucionais da empresa, Milton Pradines. Ele nega a contribuição da Braskem no reforço da poluição do lençol freático. No Pontal, é possível visualizar alguns poços artesianos, mas a população afirma que a água está contaminada e os próprios moradores já foram orientados a não utilizá-la para qualquer fim.

A artesã Maria de Lourdes, 71, não consegue ter sossego. “Aqui toda vida foi um bairro muito calmo, só de pescadores e rendeiras. Depois veio essa Braskem que tirou o sossego de toda a comunidade”, lamentou.

Confira, abaixo, a reportagem completa da TV Ponta Verde: