Com apenas duas viaturas, moradores de Rio Largo reclamam da violência na cidade
A população de Rio Largo sofre com a onda de assaltos no centro comercial da cidade e no número de homicídios registrados desde janeiro deste ano. Moradores temem em ir à igreja ou ter que sair à rua por causa da violência. Lojas são invadidas por assaltantes e funcionários têm seus objetos pessoais levados.
A equipe de reportagem do Jornal do Dia, da TV Ponta Verde, afiliada ao SBT em Alagoas esteve no município nessa terça-feira (21) e falou com moradores e comerciantes. Uma loja de roupa que fica no Centro foi alvo de dois assaltantes, que roubaram mercadorias, dinheiro do caixa e pertences dos funcionários, deixando um prejuízo de 15 mil reais.
“Eu fico indignada, porque eles saíram tranquilos parecendo que estavam em uma passarela. E ninguém faz nada, gente. Rio Largo está abandonado”, disse uma mulher, que preferiu não se identificar.
Em outro estabelecimento, o ladrão entrou pelo teto e roubou celulares e notebooks dos clientes. Em menos de uma semana, quatro lojas foram assaltadas por homens armados. A equipe da TV Ponta Verde permaneceu no Centro por uma hora e nenhuma viatura foi vista fazendo rondas.
Em contato com a equipe de reportagem do Portal 7 Segundos, o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar que responde pelo município de Rio Largo, Major Aloísio, conta que a cidade possui duas viaturas responsáveis pelas rondas na região. Ele não informou a quantidade de policiais que trabalham no local.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, a população de Rio Largo estava estimada em 75.688 habitantes. O comandante fala em grande demanda para o Batalhão, já que, segundo ele, a cidade é grande, possui muitos conjuntos e quatro centros comerciais, nas localidades do Forene, Mata do Rolo, Centro e Lourenço de Albuquerque.
Populares reclamam da violência em redes sociais
Além disso, a sede do 8º Batalhão fica próximo ao aeroporto Zumbi dos Palmares. Ele acredita que se houvesse uma sede no centro da cidade, poderia facilitar o trabalho da polícia.
“A nossa demanda é grande. Temos duas viaturas trabalhando. Às vezes, acontece de ter um assalto próximo a uma escola, e a gente vai atender, quando chega, recebe demanda de um assalto na Mata do Rolo, e chega uma hora que não dá para atender porque está sendo utilizado e algum lugar fica desprovido”, explica o comandante.
Ele afirma que para conseguir atender a demanda, o Batalhão busca o suporte de polícias especializadas como o Batalhão de Trânsito, a Radiopatrulha e outras polícias em operações.
“Fazemos o que podemos. A gente procura reforçar com as unidades especializadas. Estamos com a expectativa de receber novos policiais para reforçar a segurança, mas a previsão é só para depois do carnaval”, complementa.
Para o carnaval, o comandante diz que seis viaturas farão a segurança na cidade, visto que a festa só será realizada por meio de blocos de rua, devido a um acordo entre município e Ministério Público do Estado.
O 8º BPM, além de Rio Largo, também responde por mais cinco municípios, dentre eles, Pilar, que, de acordo com informações do comandante, possui uma viatura.
Outro dado preocupante é sobre homicídios. Em janeiro deste ano, de acordo com a reportagem da TV Ponta Verde, foram registradas cinco mortes em Rio Largo e três pessoas sofreram tentativas de homicídios.
Todos deveriam ser investigados pela delegacia do 12º Distrito Policial, mas os casos estão acumulados, porque o município não tinha delegado. O delegado Manoel Vanderlei, que estava em Satuba, foi designado para Rio Largo.
Confira reportagem da TV Ponta Verde: