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Promotor que fez delação de Joesley foi acusado de usar, em caso anterior, vídeos editados por delator

Por Folha de S. Paulo 21/05/2017 13h01
Promotor que fez delação de Joesley foi acusado de usar, em caso anterior, vídeos editados por delator
Promotor que fez delação de Joesley foi acusado de usar, em caso anterior, vídeos editados por delator - Foto: Folhapress

O promotor Sérgio Bruno Fernandes, responsável pela delação de Joesley Batista, da JBS, esteve no centro de uma polêmica em 2015. A OAB apresentou reclamação ao Conselho Nacional do Ministério Público afirmando que Fernandes, durante o intervalo de uma audiência judicial, admitiu ter usado como prova vídeos editados por um delator “antes da apresentação às autoridades”. O caso em tela era a Operação Caixa de Pandora, que derrubou o ex-governador José Roberto Arruda.

A Caixa de Pandora se notabilizou como o primeiro escândalo político fartamente registrado em áudio e vídeo. O delator, Durval Barbosa, gravou Arruda e outros políticos locais recebendo propina. O promotor Sérgio Bruno, hoje coordenador da Lava Jato em Brasília, esteve à frente do caso.

A OAB usou como base de sua argumentação gravação feita durante o intervalo de uma audiência com um ex-deputado distrital que foi flagrado nos grampos de Durval. O juiz determinou uma pausa entre as oitivas, mas os equipamentos que registravam a fala dos depoentes continuaram ligados.

Segundo a peça da OAB, é possível ouvir os promotores falando com o juiz sobre suposta edição de vídeos do delator e debatendo a pertinência de se avalizar pedidos de perícia nos aparelhos que fizeram as captações. A conversa foi questionada pelas defesas do ex-deputado e de Arruda.

O caso foi arquivado sob alegação de que a perícia no áudio da audiência judicial apresentada pela defesa dos réus e a feita pela Polícia Federal apresentaram divergências, não sendo possível firmar conclusão sobre o conteúdo da fala dos promotores.