Política

Renan diz que posição da bancada do PMDB à reforma Trabalhista e à Temer é majoritária, mas não é unanimidade

Por Política Real 31/05/2017 10h10
Renan diz que posição da bancada do PMDB à reforma Trabalhista e à Temer é majoritária, mas não é unanimidade
Senador Renan Calheiros - Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) foi contramão do presidente nacional do partido, Romero Jucá e afirmou que a posição tomada pela bancada peemedebista na longa reunião desta terça-feira, 30, em relação à aprovação da Reforma Trabalhista, tem a maioria, mas não é uma unanimidade.

Ele também descartou que a bancada tenha decidiu por uma moção de apoio incondicional ao presidente Michel Temer. E também afirma que não foi tratada na reunião a questão da sua substituição na liderança da bancada. 

Em conversa com os jornalistas, o senador alagoano continuou demonstrando posição contrária continua demonstrando posição contrária às reformas do governo e ao presidente da República.

 “Foi uma reunião boa. A bancada do PMDB no Senado é plural, grande, democrática. Pelo que encaminhou uma posição evidentemente majoritária em relação à reforma” avaliou Renan, ressaltando que “não é o caso de alguns senadores, mas é evidentemente uma posição majoritária da bancada”.

A seguir alguns trechos da entrevista de Renan Calheiros, da qual participou a equipe da Agência Política Real.

- O senhor mantem os seus posicionamentos contrários à Reforma Trabalhista?

RENAN - Os meus posicionamentos? Eu sou favorável às reformas, e acho que as reformas na medida que elas foram enviada para cá (Congresso)  são exageradas. Eu disse isso no dia-a-dia e ao presidente da República. Hoje, no entanto, a bancada reunida demonstrou que há uma evidente maioria à reforma Trabalhista, mas não é unanimidade. Nós temos na bancada também muitos senadores que defendem posição contrária.

- O senhor, então, continua representando a bancada?

RENAN - Nós não discutimos a questão da liderança, porque há uma evidente continuidade na manifestação da maioria, em relação à indicação do líder. E não discutimos também essa perspectiva de se fazer um apoio incondicional ao presidente, que não está em caso.

- Senador, mas havia cerca de 17 senadores do PMDB que estavam pedindo a saída do senhor da liderança da bancada. O que mudou nesta reunião?  

RENAN - Não havia essa prioridade, o pedido para destituição ou eleição do líder. O que nós tratamos foi a necessidade de encaminhar uma decisão da bancada em cada assunto que tivesse conflitos de encaminhamento e que na reforma trabalhista há uma evidente maioria a favor da bancada, que não significa unanimidade.

- Na prática, como vai se dá isso?

RENAN - Na prática, o PMDB vai discutir todos os assuntos e deliberar pelo encaminhamento de todos os assuntos que conflitarem dentro da bancada. Quando for o caso, que alguém for voto vencido, você pode até designar alguém para representar aquela posição majoritária.

- O voto do senhor à reforma trabalhista vai será favorável? Vão ter 22 votos?

RENAN - Não sei. Não sei. Porque o líder é aquele que interpreta o pensamento majoritário da bancada na questão política geral. Se num posicionamento qualquer a banca divergir, tiver um posicionamento majoritário, embora não sendo pensamento único, você põe alguém para encaminhar isso quando for o caso.

Mas essa questão da liderança não foi discutida. Há uma evidente, reiterada manifestação de apoio ao líder e democraticamente, toda vez que houve divergência interna, decidi qual encaminhamento deve fazer. E hoje o PMDB decidiu encaminhar uma posição pela reforma Trabalhista. 

- Esta é também a sua posição?

RENAN - Não estou falando da minha posição, que não é nova. O que é novo é que o PMDB vai votar, a maioria, favoravelmente, pela reforma Trabalhista.

- O senhor vai encaminhar “sim” ou outro vai encaminhar em seu lugar?

RENAN - Se eu estiver contido na maioria, vou votar. Se o meu voto for um voto divergente, como é que eu vou poder votar? O PMDB vai expressar a correlação existente no partido.

- O senhor vai continuar com uma posição critica ao presidente Temer?

RENAN – Eu fiz criticas à condução econômica e disse que aprofundar a recessão nesse momento grave da crise é errado. Eu fiz criticas ainda à nomeação do ministro da Justiça (Osmar Serraglio). O tempo demonstrou que eu estava certo e o presidente o substituiu. E fiz criticas com relação ao exagero da reforma da Previdência que foi mandado para o Congresso Nacional e o presidente da República no dia seguinte tirou a proposta inicial e fez uma outra proposta. Eu acho que nós devemos continuar nessa direção, aprimorando a reforma da Previdência Social.

- Essa moção de apoio e solidariedade ao presidente o senhor apoiou?

RENAN - Essa manifestação não foi aferida na bancada. A única decisão aferida foi com relação à posição majoritariamente à reforma Trabalhista. Foi a única aferição que se fez.

- Na sua opinião, o presidente Temer continua?

RENAN - Eu nunca pedi u a renúncia, porque eu acho que renúncia é uma manifestação de vontade pessoal, é um gesto unilateral. Eu disse que o presidente, mais do que qualquer um, tinha sim, que participar da construção da solução para a crise. Isso é diferente de pedir renúncia.

- Senador, o presidente do partido, Romero Jucá, afirmou que uma das posições da reunião foi um apoio incondicional ao presidente da República. Não houve essa moção?

RENAN - A manifestação da bancada que se aferiu, tomando a posição de um a um, foi com relação a reforma Trabalhista. É evidente que há uma maioria na bancada. O perfil da bancada também indica nessa posição com relação à aprovação da reforma. Mas esta posição não é unânime. Muitos senadores mantém a divergência. 

- E com relação ao apoio ao presidente Michel Temer? A maioria da bancada apoia?

RENAN - A maioria apoia o presidente, mas não é também pensamento único da bancada.