"Não vai ficar impune", diz mãe de jovem surda estuprada e torturada em Maceió
Surdas vítimas de tortura e estupro prestam depoimento à polícia nesta quinta-feira (27)
A mãe de uma das jovens surdas, vítima de estupro e tortura em uma residência localizada no bairro do Clima Bom, na parte alta de Maceió, afirmou que desconhecia os crimes praticados por um homem também deficiente e pediu justiça. A dona de casa, Albertina Fidelis, concedeu entrevista ao portal 7 Segundos nesta quinta-feira (27) e revelou que desde que tomou conhecimento do caso não consegue dormir direito.
O acusado de praticar os crimes contra a deficiente auditiva, foi identificado como Lucian Ferreira. Ele aparece em um video divulgado nas redes sociais agredindo e torturando a jovem Maristela Fidelis, de 31 anos, que é deficiente auditiva. Na publicação, a vítima aparece sendo agredida nua e tendo os cabelos cortados com uma faca durante a sessão de tortura.
Ainda nas imagens do vídeo, Lucian Ferreira aparece segurando uma faca na mãos e fazendo uma série de perguntas na língua de sinais à Maristela que clama para ele parar de torturá-la. A vítima dividia a casa com outra jovem, que acabou se envolvendo com o acusado e levando-o para dentro da residência. Lucian Ferreira continua em liberdade, pois não houve flagrante dos abusos cometidos na residência.
Segundo a polícia, a companheira do acusado contou, em depoimento à polícia, na última terça-feira (25), que não procurou a delegacia antes por estar debilitada e muito machucada. O caso foi registrado na manhã de hoje (27) na 2ª Delegacia Especializada de Defesa dos Diretos da Mulher, localizada no Conjunto Salvador Lyra, no bairro do Tabuleiro do Martins.
Ao 7 Segundos, a mãe de Maristela relatou que não conseguiu assistir ao vídeo e que a irmã do acusado foi obrigada a filmar a situação após ser espancada. Além disso, a dona de casa informou que a filha não dorme direito a noite e não consegue se alimentar direito.
"Eu não aguentei ver o vídeo e nem aguento ver. Eu quero justiça e não vai ficar impune de jeito nenhum", desabafou.
Dona Albertina também informou que sua filha não come direito e fica deitada no sofá o dia todo. "Não pode chegar ninguém aqui em casa que ela fica assustada. Eu fico só me perguntando porque fizeram isso com minha filha, ninguém me avisou", disse.
Na noite de ontem (26), vizinhos revoltados com o caso tentaram incendiar a residência do acusado. A delegada Cássia Mabel, responsável pela investigação, informou que vai apurar o verdadeiro paradeiro do agressor, visto que os familiares do acusado, disseram que ele estava internado em uma clínica.
Veja vídeo:,
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