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Anistia Internacional condena uso de força contra protestos de caminhoneiros

Por ParanáPortal 25/05/2018 21h09
Anistia Internacional condena uso de força contra protestos de caminhoneiros
Anistia Internacional condena uso de força contra protestos de caminhoneiros - Foto: Reprodução/ParanáPortal

Em nota, a Anistia Internacional afirmou na noite desta sexta-feira (25) que a “autorização e convocação do uso das Forças Armadas para desocupar as rodovias obstruídas por caminhoneiros em greve é extremamente preocupante”.

“O papel das Forças Armadas não é atuar em protestos, manifestações e greves. A liberdade de expressão e manifestação são um direito humano”, diz a nota.

De acordo com o órgão, o uso de Forças Armadas pode levar a uma escalda da violência e “um passo inadmissível no caminho da militarização da gestão das políticas públicas”, afirma Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil.

Em pronunciamento no início da tarde desta sexta-feira (25), no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer disse que autorizou o uso de forças federais de segurança para desbloquear estradas ocupadas por caminhoneiros. A decisão foi tomada após a quebra de um acordo firmado entre governo e representantes da categoria na noite desta quinta-feira (24), que definia o fim da greve.

No fim da tarde, o ministro do STF (Supremo Superior Federal) Alexandre Moraes autorizou o uso da força para desbloquear rodovias. O governo também editou um decreto que autoriza homens das Forças Armadas a conduzir os caminhões para garantir abastecimento da população, conforme anunciaram os ministros Eliseu Padilha e Raul Jungmann, em entrevista coletiva à imprensa.

No Paraná, a governadora Cida Borghetti anunciou que o diálogo e as negociações com os caminhoneiros devem “prevalecer” no Estado. O Secretário de Segurança Pública, Júlio Reis, disse que o Estado avalia com serenidade o momento, mas que as forças de segurança estão prontas para atuar. “Avaliando com muita serenidade essa questão, porque são 240 pontos. Não é qualquer medida, qualquer ação policial, que resolveria isso. Então, estamos de prontidão, mas sem nenhuma ação determinada”.