Saúde

Alimentos transmitem 72% dos casos da Doença de Chagas, alerta cardiologista

A doença de Chagas é conhecida por causar problemas cardíacos graves, que provocam a morte de aproximadamente 50 mil pessoas por ano no mundo

Por Assessoria 06/02/2019 14h02
Alimentos transmitem 72% dos casos da Doença de Chagas, alerta cardiologista
Eriegly Santos, cardiologista do Hapvida em Campina Grande - Foto: Assessoria

A doença de Chagas é conhecida por causar problemas cardíacos graves, que provocam a morte de aproximadamente 50 mil pessoas por ano no mundo. Recentemente o Ministério da Saúde fez um alerta para os riscos de transmissão da doença por meio de alimentos contaminados. 

O médico intensivista e pós graduado em cardiologia clínica e ecocardiografia do Hapvida em Campina Grande, Eriegly Santos, lembra que a higienização dos alimentos antes do consumo diminui os riscos de transmissão da doença. 

“O que  normalmente aprendemos na escola é que a doença de Chagas é transmitida pelas fezes do mosquito barbeiro - quando ele pica, costuma também eliminar o protozoário pelas fezes e ao coçarmos o local acabamos nos infectando. No entanto, hoje dados do Ministério da saúde mostram que 72% das infecções pelo Trypanosoma cruzi não ocorrem mais dessa forma e sim por via alimentar. Os alimentos entram em contato com as fezes ou urina do mosquito barbeiro e a transmissão via oral ocorre quando há ingestão de alimentos frescos como palmitos, sucos de açaí e caldo de cana contaminados", explicou o especialista.

Esse tipo de transmissão é muito mais comum na região Norte do Brasil: 91% dos casos ocorreram lá e tem seu pico entre agosto e novembro, período de safra do açaí. Mas o Nordeste não está livre. As altas temperaturas impulsionam o consumo de produtos como açaí e caldos de cana, o que eleva o risco de contaminação. 

“Na transmissão oral temos a contaminação do alimento por múltiplos barbeiros, diferentemente da transmissão direta que é decorrente do contato com um único inseto”, observa Eriegly. 

Normalmente os sintomas aparecem entre 3 e 22 dias após o consumo do alimento contaminado e podem englobar: Febre prolongada, dor de cabeça, palidez,  dor do corpo, manchas vermelhas e inchaços.

"Casos de acometimento cardíaco e do cérebro são muito raros nessa fase. Mas, para que a doença não evolua, é importante buscar ajuda médica o mais cedo possível”, alertou o cardiologista. 

Prevenção 

Existem algumas medidas que podem prevenir a contaminação por doença de Chagas em alimentos naturais:

1 - Compre alimentos como açaí e palmito de fornecedores registrados e que cumpram as condições sanitárias necessárias;

2 - Evite consumo de frutas em estado cru nos locais de maior ocorrência de surtos da doença (estados do Pará, Amapá e Acre);

3 - Opte por esses alimentos pasteurizados ou liofilizados. Não se sabe ao certo por quanto tempo o parasita fica viável em preparações líquidas congeladas.