O desfile da segunda noite do maior salão de negócios de vestuário e acessórios da América Latina, o Minas Trend, foi marcado pelas cores, o gingado e a identidade cultural de Alagoas. Dez grifes da Terra dos Marechais desfilaram suas coleções na passarela do Expominas, em Belo Horizonte-MG, nessa quarta-feira, 10.

Além disso, até a próxima sexta-feira, 12, as marcas que compõem o Coletivo Alagoas estão expondo seus produtos para compradores nacionais e internacionais. A perspectiva é que sejam fechados bons negócios, afirma o presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Alagoas (Sindivest-AL), Francisco Acioli.

“A gente já se consolidou! Um Estado pequeno como o nosso ter 10% (de participação) na feira e, numa entrevista coletiva, ser citado pelo presidente da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Flávio Roscoe Nogueira) como caso de sucesso só vem corroborar o trabalho que nossa Federação das Indústrias (Fiea) faz, junto com Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e Sebrae.

Para o estande no Minas Trend, a empresária Fernanda Ferro, do Estúdio Monteferro, trouxe os acessórios com matérias-primas que trabalha há algum tempo – as pedras brutas, os metais como a prata, cobre e sementes. Mas, para a passarela, reservou uma novidade. “Trouxe outro material, que estarei lançando depois do evento, que são peças de cerâmica e também feitas com a casca do Sururu”, conta.

É um trabalho que tem cunho social e envolve a comunidade do bairro Vergel do Lago, a Prefeitura de Maceió e a ONG IABS, que começa a ganhar as passarelas nacionais a partir da participação da empresa no Minas Trend, com apoio do Senai, Fiea, Sindvest e Sebrae.

“Se não fossem essas instituições, eu não estaria aqui. Elas nos dão apoio por meio de cursos profissionalizantes e nos ensinam a encarar o nosso trabalho não apenas como uma arte, mas também como tratar a questão da gestão de forma mais profissional”, destacou a empresária.

Foram cinco anos de preparação antes das luzes se acenderem na passarela para as peças de moda casual da marca Manu Mortari. A empresária se orgulha de ter diploma internacional de moda após imersão que fez em Nova Iorque (EUA) para ficar antenada com as tendências.

Tudo isso fruto do apoio que recebe do projeto “Moda em Alagoas”, uma parceria do Senai, Sebrae, Fiea e Sindivest. “São cinco anos fazendo cursos, recebendo consultorias e passando por vários processos para poder chegar aqui hoje, inclusive, a mudança da marca, que antes não tinha o meu nome”, lembra Manu.

Durante a preparação, o Senai promove diversas capacitações para que a moda alagoana seja apresentada com altos padrões de qualidade. “Trabalhamos com esse grupo de empresas desde 2016, preparando todo o padrão de qualidade das peças delas, com acabamentos e modelagens para que, ao participar de eventos como este, as empresas consigam representar bem o Estado”, disse a especialista técnica do Senai-AL, Kelly Acioli.

Segundo ela, o Estado, aos poucos, vem conquistando destaque no cenário da moda nacional. Os principais diferenciais são dois: a identidade cultural e o trabalho com economia criativa.

O Sebrae contribui com as capacitações em gestão. De acordo com o gerente da Unidade Indústria do Sebrae-AL, Everaldo Figueiredo, os parceiros “militam” para melhorar o padrão de qualidade do produto da pequena empresa, que é a grande geradora de empregos e renda em Alagoas.

“Nós nos preparamos para ter uma moda, um produto diferenciado, com valor agregado. Isso a gente vem conseguindo ao logo dos anos. É uma forte atuação do Senai, do Sebrae, alavancada pela força da Federação das Indústrias e todo entusiasmo do Sindivest”, afirmou Everaldo, ao lembrar que já há empresas do setor exportando moda.

Apresentaram suas peças na passarela as marcas Aquas Beachwear, Alana Tenório, Caleidoscópio, Carol Paz, Estúdio Monteferro, Endy Mesquita, Leila Monteiro, Maneka, Manu Mortari e Sandra Cavalcante, sob coordenação de Mari Cezário e styling de Davi Leite.