Temer se entrega à PF; local de prisão continua indefinido
O local onde permanecerá detido ainda não foi definido e deve ser decidido pelo TRF-2
O ex-presidente Michel Temer (MDB) se entregou às 14h56 de hoje à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, na zona oeste da capital, após deixar sua casa no Alto de Pinheiros, também na zona oeste. Ele estava a bordo de um carro com vidros escuros.
O local onde permanecerá detido ainda não foi definido e deve ser decidido pelo TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região). A Justiça determinou ontem que ele voltasse à prisão --o TRF-2 revogou recurso de Temer que permitiu sua saída da prisão. A defesa do ex-presidente recorreu ao STJ (Superior Tribunal da Justiça) contra a decisão da segunda instância.
A juíza federal Caroline Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, mandou hoje que o ex-presidente se entregasse à PF até as 17h para ficar preso preventivamente (sem prazo). Após pedido da defesa de Temer, ela encaminhou consulta para que TRF-2 decida sobre a possibilidade de o expresidente permanecer detido em São Paulo.
Ontem, o desembargador Abel Gomes, presidente da Primeira Turma Especializada do TRF2, já havia indicado que atenderia o pedido da defesa de Temer e o manteria preso em São Paulo. Segundo o magistrado, seria um custo desnecessário aos cofres públicos mobilizar agentes da Polícia Federal, veículos e um avião para trazê-lo para o Rio, mas deixou a decisão a cargo da juíza federal Caroline Figueiredo. Ela substitui Marcelo Bretas, que está de férias, na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato no Rio.
Porém, no começo da tarde, a juíza preferiu não decidir sobre o tema. No despacho em que determinou a prisão de Temer, ela decidiu deixar a decisão a cargo do TRF-2: "expeça-se ofício à 1ª Turma Especializada do Eg. Tribunal Regional Federal da 2ª Região consultando acerca da possibilidade de mantêlos custodiados no Estado de São Paulo, local de sua residência".
Ela ainda determinou que, caso haja autorização do TRF-2, a Superintedência da PF em São Paulo diga se tem condições de custodiar o ex-presidente. Sobre a ação do TRF-2, Temer disse ontem que sua volta à prisão é uma "injustiça" e que não há provas contra ele.