Brasil torna-se referência no combate ao tabaco, grande causador de infartos
Índice de fumantes no País caiu de 15,7%, em 2006, para 9,3%, em 2018

O Brasil tornou-se o segundo país a adotar todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o combate ao tabagismo, conforme indica o Relatório Sobre a Epidemia Mundial do Tabaco, divulgado nesta sexta-feira, 26 de julho. Apenas a Turquia havia conquistado essa posição anteriormente. São seis as ações essenciais para diminuir o índice de fumantes: aumentar os impostos sobre o tabaco; monitorar o uso e realizar políticas de prevenção; fazer cumprir proibições sobre publicidade, promoção e patrocínio; advertir sobre os perigos do fumo; oferecer ajuda para cessação do tabagismo; e proteger a população contra a fumaça.
Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) revelam que, em 2018, 9,3% dos brasileiros afirmaram ter o hábito de fumar. Em 2006, ano da primeira edição da pesquisa, esse percentual era de 15,7%. Nos últimos 13 anos, a população entrevistada reduziu em 40% o consumo do tabaco, o que reforça a tendência nacional observada, ano após ano, de queda constante desse hábito nocivo para a saúde.
O tabagismo é a principal causa de câncer de pulmão, sendo responsável por mais de dois terços das mortes por essa doença no mundo. No Brasil, o INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) estima que, até o final de 2019, sejam registrados 31.270 novos casos de câncer de traqueia, brônquio e pulmão em decorrência do tabagismo, sendo 18.740 em homens e 12.530 em mulheres. O câncer de pulmão é o segundo mais frequente no País. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, mostram que 27.833 pessoas foram a óbito em 2017 devido a essa causa.
Entretanto, as consequências dos cigarros não são apenas essas. O número de mortes e internações é maior quando se considera que o tabagismo causa outras doenças. Segundo o INCA, em 2015, os óbitos relacionadas diretamente ao uso do tabaco são: doenças cardíacas (34.999); doença pulmonar obstrutiva crônica – DPOC (31.120); outros cânceres (26.651); câncer de pulmão (23.762); tabagismo passivo (17.972); pneumonia (10.900); e acidente vascular cerebral – AVC (10.812).
O Instituto também afirma que a assistência médica associada ao tabagismo gerou, em 2015, R$ 39,4 bilhões em custos diretos. Além disso, a perda de produtividade associada ao hábito de fumar, no mesmo ano, chega a R$ 17,5 bilhões em custos indiretos devido às mortes prematuras e incapacidades. O presidente da Socesp, Dr. José Francisco Kerr Saraiva, explica que o tabaco agride o endotélio (parede de células que recobre os vasos sanguíneos) e interfere na produção de óxido nítrico, tornando as artérias mais suscetíveis à formação de placas ateroscleróticas, uma das grandes causas do infarto. "O mecanismo de contração e relaxamento das artérias também é afetado, o que dificulta a circulação sanguínea", afirma o especialista. Outro ponto: o cigarro acelera a oxidação do colesterol e, em associação à pílula anticoncepcional, pode aumentar o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em mulheres.
"É importante ressaltar que nenhuma quantidade é segura. Um cigarro já pode causar diversos malefícios à saúde", explica Dr. Saraiva. Por isso, é de se comemorar que o Brasil esteja no caminho certo no combate ao tabaco.
Hoje, segundo o Ministério da Saúde, mais de quatro mil unidades de saúde oferecem tratamento contra o tabagismo e, entre 2005 e 2016, cerca de 1,6 milhão de brasileiros adotaram esse recurso terapêutico. Ainda de acordo com a pasta, 9,3% dos brasileiros tinham o hábito de fumar em 2018, contra um índice de 15,7% em 2006. Desde 2011, é proibido fumar em locais fechados, públicos e privados.
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