Assembleia Legislativa sedia discussão sobre situação financeira da Ufal
Sessão especial da ALE aconteceu na manhã de quarta (09)
Na última quarta-feira (9), a situação financeira e a importância da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para o estado foram pauta de uma sessão especial realizada na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). A audiência pública, proposta pela deputada estadual Jó Pereira, foi promovida por uma parceria entre a Ufal e das comissões temáticas de Educação, Cultura e Turismo e da Família, dos Direitos da Mulher da Criança e do Adolescente da ALE.
Participaram do evento os deputados estaduais Jó Pereira (MDB) Francisco Tenório (PMN), Ângela Garrote (PP), Davi Maia (DEM), Inácio Loiola (PDT) e Fátima Canuto (PRTB); a reitora da Ufal, Valéria Correa; os pró-reitores de Graduação, Sandra Regina Paz; de Extensão, Joelma Albuquerque; de Gestão Institucional, Flávio Domingos; e Estudantil, Silvana Medeiros; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal), Fábio Guedes; além de técnicos, docentes, alunos, representantes dos sindicatos e dos movimentos estudantis.
A sessão foi iniciada com uma apresentação cultural realizada pelo violinista Joselho Rocha e pelo flautista Abel dos Anjos, ambos servidores da Ufal, seguida por uma fala da deputada estadual Jó Pereira sobre a necessidade da audiência pública com este tema. “Hoje esta casa acolhe aqueles que acreditam na importância da educação e da produção da ciência. A Ufal é um grande celeiro de conhecimento de nosso Estado e que forma grande parte dos profissionais liberais e capitaneia grande volume de investimentos em pesquisa e tecnologia e, sem isso, não conseguiremos avançar para um futuro melhor”.
A reitora, Valéria Correia, iniciou sua fala apresentando o vídeo “E se a Ufal deixasse de existir?”, elaborado pela Assessoria de Comunicação da Universidade em maio deste ano. Ela destacou a importância das pesquisas e projetos de extensão que atuam positivamente com a sociedade alagoana de o impacto de suas ações para a comunidade. Além disso, ela falou sobre as avaliações positivas da Ufal, tanto pelos instrumentos do Ministério da Educação (MEC), quanto pela colocação no ranking da Times Higher Education.
“Eu coloco esse paradoxo: a Ufal tem qualidade. Ampliamos a Universidade, estamos em um processo de plena consolidação. Conseguimos finalizar, por exemplo, o maior complexo esportivo universitário do nordeste. Estamos cada dia sendo avaliados mais positivamente. E , entretanto, frente à nossa expansão em termos de área e de conceitos positivos, nos deparamos com um bloqueio que inviabiliza nosso funcionamento”, analisou.
A gestora da Universidade tratou, ainda, das dificuldades financeiras impostas à Ufal com o contingenciamento dos recursos. Mesmo com o desbloqueio parcial, a situação continua delicada. “A nossa principal preocupação é o funcionamento atual e a possibilidade de haver uma extensão desses danos no futuro”, afirmou.
Ao longo da sessão, docentes apresentaram projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos na Universidade que representam melhorias para a população alagoana, além de avanços tecnológicos e na saúde.
Pró-reitores, estudantes, professores foram ao plenário para defender a Universidade Federal de Alagoas. A superintendente do HU, Regina Maria dos Santos, falou sobre os impactos do bloqueio no orçamento inclusive para a saúde do estado de Alagoas. “Apesar de termos recursos oriundos da contratualização com o SUS, a Ufal também subsidia nosso funcionamento. Cortar recursos da Universidade, é cortar recursos para a saúde do povo de alagoas”, avaliou.
“Eu avalio bastante positivo esse momento, pois conseguimos aqui demonstrar a importância da Universidade para Alagoas”, finalizou Jó Pereira.
“Passaríamos horas aqui falando sobre como a Ufal contribui para a sociedade alagoana. Nossa luta é apenas pela a autonomia da Universidade, pela liberdade de cátedra, por continuar desenvolvendo ciência, cultura e tecnologia, pelo nosso funcionamento. Não podemos corroborar com a retirada do Estado Brasileiro de suas obrigações: saúde e educação”, finalizou a reitora.
Carta aos deputados alagoanos:
Ao final da audiência, a reitora da apresentou uma carta aos parlamentares, solicitando apoio em causas relativas às universidades federais, os principais pontos destacados no documento foram:
Envio ao Ministério da Educação uma solicitação para o desbloqueio total dos recursos discricionários aprovados na Lei Orçamentária Anual 2019;
Solicitação de apoio às demandas das Universidades Federais, mais precisamente: proposição de emendas à Proposta de Lei Orçamentária Anual exercício 2020; apoio à Proposta de Emenda Constitucional 24/2019, que libera a execução dos recursos arrecadados pelas Universidades das amarras da “PEC do Teto de Gastos”; prudência na análise da Proposta denominada FUTURE-SE a ser encaminhada pelo Executivo Federal ao Congresso Nacional, que conta com uma série de críticas formuladas pelo conjunto das Universidades e Institutos;
A retomada da agenda de debates sobre a garantia de transporte para estudantes do Ensino Superior dos municípios em que residem para os municípios em que estudam;
O fomento de parcerias entre a Assembleia Legislativa, a Ufal e o Governo do Estado de Alagoas, para que apresentem, de forma conjunta, soluções inovadoras para os problemas que afetam a população do Estado.
Assista a um trecho do pronunciamento da reitora Valéria Correia aqui .