Economia

Ufal realiza campanha para ajudar marisqueiras de Alagoas

Apesar da Lagoa Mundaú não ter sido afetada pelo óleo, mulheres relatam queda na comercialização de sururu

Por Assessoria 19/11/2019 16h04
Ufal realiza campanha para ajudar marisqueiras de Alagoas
Marisqueiras relatam dificuldades financeiras com queda nas vendas - Foto: Reprodução / Internet

Embora não existam notificações sobre a presença de óleo na Lagoa Mundaú, a preocupação com a contaminação das águas atingiu também a confiança do consumidor de sururu. As marisqueiras da região lagunar relataram o problema para pesquisadores e extensionistas da Faculdade de Nutrição (Fanut) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que ficaram sensibilizados com a situação. 

Segundo Cristina Normande, professora da Fanut que desenvolve um projeto de extensão na região, as marisqueiras reclamaram que houve uma queda brusca na comercialização do sururu para consumidores de Alagoas, inclusive de bares e restaurantes. “A queda brusca nas vendas do sururu tem como consequência o aumento da insegurança alimentar dessas mulheres e suas famílias. As marisqueiras correspondem à principal mão de obra da cadeia produtiva do sururu, enfrentando horas de trabalho em condições indignas para ‘despinicar’ o molusco”, ressalta a nutricionista. 

Campanha 

Por conta dessas dificuldades que atingem comunidades de pescadores e marisqueiras de todo litoral alagoano, os pedidos de ajuda humanitária chegam à Ufal por meio dos pesquisadores que desenvolvem diversos projetos nesses locais. As marisqueiras que beneficiam o sururu da Lagoa Mundaú têm o agravante de não estarem cobertas pelo seguro-defeso, por não serem consideradas parte da categoria dos pescadores. 

Cristina Normande está entre os pesquisadores que sugeriram à Gestão da Ufal a realização de uma campanha, em caráter emergencial, para ajudar as marisqueiras da Lagoa e do litoral. “Sabemos que a campanha é um paliativo e que medidas deverão ser tomadas pelo poder público. Mas diante da falta de comida à mesa e aflição das marisqueiras, precisamos contribuir de algum modo”, destaca Normande. 

A proposta foi acolhida pela reitora Valéria Correia, que determinou a organização da logística para recolhimento e distribuição dos donativos. “Conclamamos a comunidade acadêmica e a sociedade em geral, para participar dessa campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis que a nossa Ufal resolveu realizar como ajuda humanitária nesse momento mais difícil”, solicita a reitora. 

Donativos para as marisqueiras 

Locais de coleta: Faculdade de Nutrição (Sala 107-Laboratório de Microbiologia dos Alimentos) e antiga sala da Ceua (ao lado da Ascom, na reitoria) 

Lista de alimentos: arroz, macarrão, feijão, leite em pó ou caixa, café, açúcar, óleo, sardinha e outros não perecíveis.