Rosangela Moro defende Drauzio: “Ouvir criminoso não te torna criminoso”
Nesta terça-feira (10), Drauzio Varella utilizou suas redes sociais para divulgar um vídeo em que comenta toda a repercussão do caso envolvendo a trans Suzy.
A advogada Rosangela Moro, mulher do ministro da Justiça, Sergio Moro, defendeu o médico Drauzio Varella, que vem sendo atacado após a exibição de uma reportagem no Fantástico, da TV Globo, em que ele abraça Suzy Oliveira, uma presa trans condenada por estuprar e assassinar um menino de 9 anos.
“Dr. Drauzio é médico, ele não entra no presídio para julgar as pessoas. Ele entra para ouvi-las. Nada muda a crueldade de quem cometeu um crime, mas ouvir um criminoso não o torna um criminoso”, escreveu Rosangela em uma postagem no Instagram que foi apagada minutos depois.
Na postagem, a mulher de Moro defende que há outra coisas pela qual é preciso nos preocupar. “Sabe o que falta? Combater a impunidade! Segunda instância já! Brasileiros não toleram impunidade mais! Anos para o júri? Anos para execução da pena? Isso que não podemos tolerar”, afirmou.
Nesta terça-feira (10), Drauzio Varella utilizou suas redes sociais para divulgar um vídeo em que comenta toda a repercussão do caso envolvendo a trans Suzy.
No vídeo, Drauzio explica o ocorrido e aproveita para pedir desculpas a família do menino que foi vítima de estupro e assassinato cometido por Suzy.
“Eu estou aqui para dar uma satisfação para todos aqueles que me acompanham. No último domingo (8) foi revelado para o País, inclusive para mim mesmo, o crime cometido por uma das entrevistadas na matéria que apresentei no Fantástico no dia primeiro de março. É um crime que choca a todos nós.
Escrevi uma nota em que fui sincero ao dizer que não entrei na cadeia como juiz, e sim como médico. Ser médico orienta o meu olhar em todas as situações, não só quando estou atendendo pacientes. Faço isso há mais de 50 anos, seja nos consultórios, na cadeia, nos livros que escrevi, na televisão, nos jornais e na internet.
Posso imaginar a dor e peço desculpas a família do menino que foi involuntariamente envolvida no caso.
Na matéria em questão o foco era mostrar as condições em que vivem as transexuais presas. As estatísticas oficiais indicam que a imensa maioria delas está preso por roubo e furto. A maneira pela qual a Suzy foi apresentada deu a entender que ela fazia parte desse grupo majoritário. Por isso entendo a frustração de quem se decepcionou comigo.
Ali, aconteceu o seguinte: eu terminei a entrevista, que foi uma entrevista longa, e ela ficou de cabeça baixa. No fim, perguntei há quanto tempo ela não recebia visitas e ela disse: ‘há 7 ou 8 anos’. Eu ainda disse para ela: solidão, né, minha filha. E nessa hora ela se virou para mim com um olhar tão triste que me comoveu e eu dei um abraço nela.
Para quem acha que eu errei, desculpa. Mas esse é meu jeito. Eu lamento, mas assumo totalmente a responsabilidade negativa que o caso teve. Eu gostaria de dizer claramente, sem nenhuma chance que eu volte atrás no futuro, que eu nunca fui e nunca serei candidato a nada. As pessoas que estão explorando politicamente esse caso podem ficar tranquilas.”