Mandetta ignora Bolsonaro e diz para o povo seguir estados
Ministro da Saúde contraria discurso do presidente e defende isolamento social

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta segunda-feira, 30, que a população tem que seguir as orientações dos Estados na condução das ações de combate ao coronavírus. A afirmação do ministro contraria frontalmente o discurso que tem sido defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, que não tem poupado críticas duras aos Estados, por causa de suas quarentenas.
"Tenho dialogado com os secretários municipais e estaduais dentro do que é técnico, dentro do que é científico, dentro do planejamento. O que (conversamos) é o que a gente precisa ter na saúde nesta semana, e nas outras semanas, para que a gente possa imaginar qualquer tipo de movimentação que não seja esta que a gente está", disse Mandetta.
E complementou: "Por enquanto mantenham a recomendação dos Estados, porque essa é no momento a medida mais recomendável, já que nós temos muitas fragilidades no sistema de saúde, que são típicas não de falta do ministério da saúde ou do governo."
O presidente Bolsonaro aproveitou o último domingo para ir às ruas de Brasília, visitar comércios locais e cumprimentar populares, contrariando orientações do governo do Distrito Federal e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Bolsonaro chegou a recomendar que "todos os políticos" saiam às ruas para, em sua avaliação, entender a realidade do País.
Casa Civil nega possibilidade de demissão de Mandetta
Mandetta foi questionado sobre a possibilidade de demissão, por causa das diferenças de opiniões e postura com Bolsonaro. Quando foi responder sobre o assunto, o ministro da Casa Civil, general Braga Netto, se antecipou e disse: "Não existe possibilidade, por enquanto".
O ministro da Saúde respondeu que, "em política, quando se fala que não existe possibilidade..." Mandetta afirmou que, no momento permanece. "Enquanto eu estiver nominado, vou trabalhar com ciência, técnica e planejamento."
Mandetta não negou que tem enfrentado atritos com o governo, mas evitou mencionar o nome de Bolsonaro e disse que é "natural" haver tensões e discussões dentro da cúpula de ministros.
"O importante é no sentido de todos de tentar ajudarem. O que a gente vem procurando é uma unicidade. Todos nós estamos tentando fazer o melhor pelo povo brasileiro, e o presidente, também. As tensões são normais, pelo tamanho dessa crise", comentou. "Seria muito pequeno da minha parte achar que isso (atritos) é um grande problema. O foco é um vírus corona novo, que derrubou o sistema mundial de saúde, mais dramático que as duas guerras mundiais."
O ministro voltou a dizer que distanciamento social não é isolamento absoluto. "Agora, o máximo possível que você puder, não exponha sua família, seu idoso."
Veja também
Últimas notícias

Três armas de fogo e munição foram apreendidas pela PM após troca de tiros em Delmiro Gouveia

Bombeiros retiram cavalo que caiu em cisterna na Barra Nova, em Marechal Deodoro

Bombeiros combatem incêndio em barraco na região da Orla Lagunar, em Maceió

Cibele Moura pede que Governo disponibilize fones antirruídos em locais de atendimento ao público

População de Matriz do Camaragibe participa de Via Sacra ao Alto do Cruzeiro

Corpo de mulher é encontrado em frente ao CT do CRB, na Barra de São Miguel
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
