Bolsonaro enaltece aniversário do golpe militar de 1964: ‘Dia da liberdade’
Presidente e vice vangloriam ditadura que deixou pelo menos 423 mortos e desaparecidos, segundo Comissão Nacional da Verdade.

No dia em que o golpe militar de 1964 que instaurou uma ditadura militar no Brasil completou 56 anos, o presidente Jair Boslonaro e o vice Hamilton Mourão enalteceram o período histórico. A apoiadores, o presidente, que é ex-capitão do Exército, chamou o a data de “dia da liberdade”. No Twitter, o vice, que é general da reserva, disse que a data “pertence à história” e deu pontapé para “reformas que desenvolveram o Brasil”.
Na publicação, Mourão cita a eleição do general Castello Branco, mas não diz que foi uma eleição indireta para o cargo de primeiro presidente da ditadura. A economia cresceu sim no regime militar, mas deixou marcas como endividamento do setor público e desigualdade social.
À BBC News Brasil, o professor de história econômica do Insper Vinicius Müller ressalta que os militares conseguiram modernizar a economia, “mas isso teve um alto preço, que acabou sendo pago após a redemocratização, como hiperfinflação e dívida externa estratosférica”.
O ambiente autoritário do regime de 21 anos deixou duras marcas históricas. Relatório da Comissão Nacional da Verdade aponta 423 mortos e desaparecidos. O auge foi a edição do AI-5 (ato institucional número 5), recentemente cogitado pelo filho do presidente Eduardo Bolsonaro, deputado do PSL-SP), e por integrantes do governo.
Bolsonaro escalonou na carreira política com a ampla defesa da ditadura e homenagens ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. O coronel foi o primeiro militar brasileiro a responder por um processo de tortura na ditadura. Ele chefiou o DOI-Codi do II Exército, em São Paulo, órgão de repressão política na ditadura militar. Ustra está relacionado com 60 casos de mortes e desaparecimentos em São Paulo no período em que esteve à frente do órgão.
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