Em 2018, alagoanos percorreram cerca de 95 km para acessar serviços de saúde
Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Os impactos gerados pela Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, demandam uma resposta rápida do poder público. Com o intuito de atender à demanda da sociedade brasileira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibilizou ao Ministério da Saúde e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no último dia 09, dados preliminares sobre o deslocamento da população entre cidades em busca de serviços de saúde.
As informações fazem parte da pesquisa Regiões de Influência das Cidades 2018 (REGIC) e podem ser relevantes na elaboração de políticas públicas de saúde que ajudem a mitigar os efeitos da disseminação da Covid-19. Da mesma forma, contribuem para a melhor organização de atendimento das cidades brasileiras.
De acordo com o estudo, os brasileiros percorreram, em média, 72 km para conseguir atendimento nos serviços de baixa e média complexidade, como como consultas médicas e odontológicas, exames clínicos e pequenas cirurgias, dentre outros que não impliquem em internação. Em Alagoas, o deslocamento médio foi de 43 km, abaixo da média nacional e também da regional, que foi de 70 km. O estado com o menor registro foi Santa Catarina, com 38 km.
Entre as capitais, Maceió foi a que recebeu pessoas que percorreram as menores distâncias do país, em média 73 km, para atendimento de baixa e média complexidade.
Por sua vez, os brasileiros precisaram percorrer, em média, 155km para ter acesso aos serviços de alta complexidade, como internação, cirurgias, tratamentos de câncer, dentre outros. Em Alagoas, o aumento seguiu a tendência nacional e foi de 94 km. A pesquisa revelou, nesse ponto, as diferenças regionais, especialmente na região nordeste, onde há concentração dos serviços de alta complexidade nas capitais. No caso particular do estado alagoano, Maceió sobrepôs a influência de Arapiraca que era verificada nos serviços de baixa e média complexidade.
O questionário completo da pesquisa abarcava nove perguntas, sendo duas relacionadas à temática da saúde. Nele, os informantes deveriam indicar até cinco municípios para os quais a população residente se dirige em busca dos serviços de saúde, excluindo os recebidos no próprio município. Foram excluídas da aplicação da pesquisa as cidades com alto índice de gestão ou população superior a 300 mil habitantes, já que costumam atrair pessoas de outras localidades e não enviar. Maceió, portanto, ficou de fora da amostra.
Concentração em Maceió dos atendimentos de alta complexidade
Os dados divulgados pelo IBGE revelam ainda que Maceió foi mencionada por 80 cidades como destino para serviços de saúde de alta complexidade. De maneira geral, a pesquisa observou que a referência principal dos informantes em todo o país nesse quesito foram as cidades procuradas para tratamento de câncer e cirurgias complexas. Já nos serviços de baixa e média complexidade, a capital alagoana atraiu pessoas de 28 cidades.