Endividamento do maceioense alcança o mais alto patamar em 12 meses
70,4% da população economicamente ativa está endividada. Percentual equivale a 212 mil consumidores
Abril marca o mais alto patamar de endividamento dos últimos doze meses: 70,4% da população economicamente ativa, na capital, está endividada. Em número, este percentual equivale a um grupo de 212 mil consumidores. É o que demonstra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) de Maceió, realizada pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (CNC).
Embora o nível de endividamento tenha se elevado, na variação mensal ocorreu redução de 1,13% nas contas em atraso e de 0,01% na inadimplência (considerado estagnação em termos estatísticos). Na variação anual, o desempenho de abril deste ano é 3,37% maior do que o registrado no do ano passado e o número de pessoas com contas em atraso caiu 0,68%, mas o volume de inadimplentes cresceu 18,25%; ou seja, o maceioense está mais inadimplente do que no mesmo período de 2019.
“O fato se deve a situação da suspensão das atividades econômicas não-essenciais, o que reduz o nível de renda dos trabalhadores por conta própria, autônomos, pequenos empresários e informais. Isso ocorreu em meados de março e vigora até o momento, comprometendo a renda por dois meses seguidos”, avalia Felippe Rocha, o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL).
A principal causa do endividamento, dos atrasos ou da inadimplência recai sobre o cartão de crédito (86,8%), seguido pelo crediário (13,3%), de outras formas de dívidas (5,5%) e da aquisição de crédito pessoal (4%).
São 97 mil pessoas com contas em atraso. Deste universo, 46% disseram que mais um membro da família que reside na mesma casa está nessa mesma situação. Para 54% dos entrevistados, apenas ele(a) passa por isso. Entre os que estão pagando suas contas, mas com atraso, a pesquisa indica que, em média, estes consumidores demoram 76,4 dias para quitá-las.
Já entre os 57 mil inadimplentes, apenas 5,8% afirmaram ter condições de sair completamente da situação. Vale lembrar que, em março, 8,8% informaram que sairiam desta realidade, o que representa uma queda de 3,3 pontos percentuais (p.p.). Aqueles que devem propor renegociação das dívidas e pagá-las parcialmente representam 18,2% dos inadimplentes, enquanto 61,1% afirmaram que estão sem condições de renegociarem ou quitarem suas pendências financeiras.
Em geral, os endividados passam 6,2 meses comprometidos com alguma dívida, comprometendo, em média, 27,5% de sua renda.