Saúde

Covid-19: Santa Casa de Maceió alerta para casos graves internados

Em dois meses, instituição atendeu mais de 450 pacientes com a suspeita do novo coronavírus

Por 7Segundos 27/04/2020 11h11
Covid-19: Santa Casa de Maceió alerta para casos graves internados
Profissionais da equipe da instituição é um dos diferenciais no combate à pandemia - Foto: Assessoria

No dia 25 de fevereiro, a Santa Casa de Maceió registrou seu primeiro caso de paciente com novo coronavírus (covid-19). Até o domingo, 26 de abril, 62 dias depois, quase 463 coletas de amostras para confirmar a presença ou não do vírus foram realizadas. Destas, 87 pessoas tiveram resultado positivo, alguns dos quais precisaram de internação e tratamento intensivo, com o registo de seis mortes.

Em um vídeo compartilhado na terça-feira (21), o diretor médico da instituição, Artur Gomes Neto, fez um apelo à população para que reforcem os cuidados e evitem a contaminação. Segundo ele, o crescimento exponencial do número de pacientes que chegam ao hospital com suspeitas de infecção por covid-19, bem como o número de internações de casos a confirmar e de pacientes positivos para a doença, têm aumentando, colocando em risco a capacidade de atendimento hospitalar.

Até a manhã desta segunda-feira (27), quinta-feira, 13 pacientes estavam internados na UTI do hospital em consequência do novo coronavírus (Covid-19): nove suspeitos da doença e quatro com resultado positivo para a infecção. “Temos observado um aumento substancial do número de pessoas que chegam aos nossos ambulatórios. O volume de pessoas internadas graves é muito grande, praticamente cinco vezes maior do que era semana atrás. Isso faz com que a gente fique preocupado com a possibilidade de congestionamento de toda rede de saúde e que a gente não tenha leitos para internar a todos que necessitam”, alertou Artur Gomes Neto.

“Nós temos equipes de profissionais dedicadíssimos, profissionais de saúde, de apoio, que estão arriscando suas vidas para dar ao povo alagoano o tratamento que ele merece, com dedicação, com amor e com muita segurança. Mas, para isso, é preciso que façamos nossa parte. É ficar em casa, sair se for extremamente necessário e, se tiver que sair tem que usar máscara, isso é muito importante para minimizar os efeitos da transmissão da covid-19. Por favor, é um apelo, fiquem em casa para que a gente possa cuidar de vocês com segurança”, reforçou o médico no vídeo.

Para combater a doença, desde meados de março, a Santa Casa de Maceió tem investido em capacitação, no reforço na segurança dos seus profissionais, com a disponibilização de EPIs adequados, e em número suficiente, além de fazer adequações estruturais para receber novos pacientes no hospital. Seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a instituição também realizou uma série de ajustes para evitar a aglomeração de pessoas no ambiente hospitalar e garantir a segurança dos pacientes, colaboradores da instituição, de seu corpo clínico e da comunidade.

Entre as medidas adotadas estão a suspensão do atendimento no ambulatório geral, exceto para casos que necessitem de atendimento inadiável (não de emergência), como, por exemplo, os pacientes de oncologia, o cancelamento de todas as cirurgias eletivas que possam ser postergadas sem que haja prejuízo para o paciente e a suspensão de visitas aos pacientes internados no hospital.

“As medidas vêm sendo adotadas por outros hospitais, dentro e fora do Brasil, para diminuir o número de pessoas circulando dentro das casas de saúde. O paciente poderá ter um acompanhante, como previsto na legislação, mas o contato com outros familiares e amigos só poderá ser mantido por meio dos canais disponibilizados pela Santa Casa de Maceió: a Visita Virtual, uma ferramenta que permite o envio de mensagens para os pacientes internados, e de vídeo chamada intermediada pela equipe de assistência da UTI, disse o diretor médico do hospital.

Pontos de álcool gel também foram reforçados em todas as unidades da instituição, possibilitando que os colaboradores, de diversas áreas que ainda atuam de forma presencial, possam fazer a assepsia das mãos durante a jornada de trabalho.