PGR solicita investigação sobre agressões a jornalistas em manifestação
De acordo com informações publicadas no site do jornal, quatro jornalistas foram agredidos durante o protesto.
Augusto Aras, procurador-geral da República, solicitou hoje a apuração das agressões sofridas por jornalistas do jornal O Estado de S. Paulo durante ato pró-Bolsonaro realizado ontem na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
"Tais eventos, no entender deste procurador-geral da República, são dotados de elevada gravidade, considerada a dimensão constitucional da liberdade de imprensa, elemento integrante do núcleo fundamental do Estado Democrático de Direito", diz Aras no ofício enviado hoje à procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MP/DFT), Fabiana Costa Oliveira Barreto.
"Em razão disso, observadas as eventuais condições de procedibilidade (art. 88 da Lei 9.099/1995), solicito a vossa excelência a adoção das providências necessárias à apuração dos fatos e responsabilização criminal dos seus autores."
De acordo com informações publicadas no site do jornal, quatro jornalistas foram agredidos durante o protesto. O fotógrafo Dida Sampaio foi empurrado duas vezes e recebeu chutes e murros.
O motorista do jornal, Marcos Pereira, recebeu uma rasteira dos manifestantes que gritavam frases como "fora Estadão". Ambos precisaram deixar o local escoltados pela polícia.
Outros dois repórteres, Júlia Lindner e André Borges, foram agredidos verbalmente. No ofício, Augusto Aras ressalta que as agressões aconteceram no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa:
"Chegou ao conhecimento desta Procuradoria-Geral da República que, na data de ontem, 3 de maio de 2020, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, profissionais jornalistas foram agredidos em manifestação popular ocorrida em frente ao Palácio do Planalto, fato amplamente divulgado nos veículos de comunicação."