Especialistas alertam: uso de máscaras protege, mas apenas o isolamento salva
Médicos reforçam que quarentena é a melhor forma de evitar contágio e pedem cumprimento das demais medidas de proteção

A obrigatoriedade do uso de máscaras pela população está em vigor desde o dia 6 de maio em Alagoas. A medida de proteção contra a Covid-19 é uma recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas se o uso da máscara aumentou,o movimento nas ruas também cresceu aqui no estado. A constatação levou os especialistas a emitirem um novo alerta: a máscara protege, mas o que salva é o isolamento social.
Como olhos, boca e nariz são portas de entrada e de saída da contaminação, o uso de máscara é obrigatório, mas é importante lembrar que vesti-la não significa um “passe livre” para descumprir a quarentena e o distanciamento social.
“Você não está totalmente protegido só porque usa a máscara. Não podemos permitir essa ilusão. Para evitar o aumento dos casos de contaminação e o colapso no sistema de saúde, a medida mais importante nesse momento é o isolamento social. O deslocamento só deve ser feito em último caso”, enfatiza a médica Tereza Tenório, vice-presidente da Associação Alagoana de Controle de Infecção Hospitalar.
Medidas isoladas não são eficazes no combate à pandemia, dizem os estudiosos. Não garantem proteção e nem a contenção da transmissão do vírus. “Não é por usar uma máscara que você pode sair – ou sair de qualquer jeito”, reitera a especialista.
O doutor Elias Bonifácio, que atua como médico da família e da comunidade, reforça o posicionamento da colega. “A máscara não é uma solução mágica. Há um potencial de proteção – apesar de não haver pesquisas muito consistentes – e tem o sentido de contribuir com o distanciamento social, mas não o substitui. E pode dar a falsa impressão de segurança”, explica. “Realmente há um equívoco muito grande em relação ao uso da máscara. As pessoas começaram a utilizar achando que estariam livres do distanciamento social. Isso é um problema. Não adianta eu colocar uma máscara e achar que estou totalmente protegido”, reforça.
Uso correto da máscara
Seja descartável, de pano ou cirúrgica, a máscara é apenas um fator de proteção para quem circula em ambiente fechado ou aberto. Com um detalhe crucial: desde que usada corretamente. “Se for utilizada de forma incorreta pode ser um meio de contaminação”, confirma o médico Elias Bonifácio, que atua como preceptor do estágio de Medicina de Família e Comunidade na Universidade Tiradentes (Unit).
A primeira orientação para que a proteção seja eficaz consiste em evitar tocar a máscara pelo lado externo. “Você usa a máscara o dia todo. Quando toca na frente da máscara e depois nos olhos ou no rosto, isso pode levar à contaminação”, esclarece o doutor.
Também não se recomenda falar muito e mascar chicletes ou balas ao cobrir o rosto. Além de facilitar o deslocamento da máscara, as tentativas de regular o objeto na posição correta aumentam as possibilidades de contaminação. “Como a necessidade de falar é uma situação que não se pode evitar, a sugestão é tentar ajustar a máscara pelas tiras elásticas e não pela face externa”, orienta Tereza Tenório, que responde como gerente de Riscos e Práticas Assistenciais na Santa Casa de Misericórdia de Maceió.
Outra recomendação é ter consigo uma máscara reserva e realizar a troca quando a primeira estiver úmida ou apresentar sujidade – e lembrar sempre de lavar com água e sabão após o uso.
Mais um ponto destacado pelos médicos é: ao sair de casa, respeite o distanciamento social de pelo menos 2 metros de distância. Além disso, evite abraços e aglomerações.
Por fim, todos devem manter os hábitos de higienização, como lavar as mãos com água e sabão e, se possível, ter em mãos um frasco com álcool em gel 70%. Contudo, a principal das recomendações continua sendo o isolamento social. “Não se expor. Só sair em último caso, numa necessidade maior, ou se for trabalhar com serviços essenciais”, pede a infectologista. “Realmente, a máscara é importante, mas, de fato, não deve substituir o isolamento social e nem as outras práticas”, arremata Elias Bonifácio.
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